3 de maio de 2024
Opinião

Caminho até o voto é muito complicado

Roda Viva – Tribuna do Norte – 16/08/23

Ainda sem nenhum candidato formalmente escolhido, mesmo assim, o jogo da eleição do próximo ano já está sendo jogado.

E – por incrível que pareça – o jogo da eleição de 2026, também.

Uma eleição, no calendário político brasileiro, é sempre consequência da anterior e assim vamos convivendo com esse fuso sem fim. Com normas e limites para quem quiser se candidatar no próximo ano (uma eleição municipal) ou em 2026, eleição para Presidente da República, Governadores, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas.

Manter-se em evidência, como pré-candidato até o final de julho, sem ferir a legislação eleitoral, o pré-candidato precisa cuidado e atenção para não violar as regras estabelecidas. Aqui estão algumas ações que um pré-candidato precisa considerar, compilados de considerações de vários especialistas, muitas ressalvas presentes cumulativamente por quase todos os consultados:

  1. Publicações e Entrevistas: Dar entrevistas para veículos de comunicação sobre temas de interesse público é uma maneira de se manter visível. No entanto, evite abordar temas diretamente ligados à campanha eleitoral.
  2. Atuação em Causas Nobres: Engajar-se em atividades relacionadas a causas sociais, voluntariado e ações filantrópicas pode gerar visibilidade positiva sem configurar propaganda eleitoral antecipada.
  3. Hora e vez das Mídias Sociais: Utilizar as redes sociais para compartilhar informações relevantes sobre questões locais, nacionais e internacionais, sem mencionar explicitamente a candidatura. Evite promover diretamente sua campanha ou fazer pedidos de voto.
  4. Participação em Eventos Públicos: O pré-candidato pode participar de eventos públicos não partidários, como seminários, conferências, workshops e debates de temas relevantes para a comunidade. Evite associar esses eventos diretamente à campanha eleitoral.
  5. Divulgação é indispensável: Divulgar ideias, propostas e soluções para problemas da sociedade de forma genérica e não-partidária pode ajudar a construir uma imagem positiva.
  6. Diálogo com todos: Interagir com eleitores, ouvir suas preocupações e responder a perguntas de maneira transparente e informativa pode fortalecer a conexão com a comunidade.
  7. Voto: é proibido pedir – Essa faz parte de todos os manuais: É fundamental não fazer pedidos explícitos de voto ou mencionar que é candidato em potencial. Isso pode ser considerado propaganda eleitoral antecipada.
  8. GASTOS TEM LIMITES: Mesmo como pré-candidato, é importante respeitar os limites de gastos estabelecidos pela legislação eleitoral. Evite qualquer ação que possa ser considerada antecipação de campanha disfarçada.

PONTO FUTURO

Nos tempos do Governo Militar até o futebol foi invadido por representantes do grupo que deu cartão vermelho ao presidente João Goulart prometendo reinventar o Brasil, criando um novo país sem os vícios do anterior.

Cláudio Coutinho, um capitão do Exército, formado em Educação Física, depois de passar pela seleção, assessorando o grupo de preparadores físicos do grupo campeão, terminou dirigindo o time do Flamengo e até a Seleção Nacional.

Sua grande novidade foram os termos que lançou, foram divulgados pela imprensa e entraram nas discussões dos torcedores.

“Ponto Futuro” foi um must. Para falar de uma jogada executada para ensejar outra futura. Dificilmente lembrada por algum dos políticos do RN, que estão controlando a campanha municipal e preparando a futura.

A campanha municipal de Natal parecia se encaminhar para ter um candidato da direita, apoiado pelo prefeito Álvaro Dias, e a deputada Natalia Benevides, PT, com o apoio da governadora Fátima Bezerra. É o ponto futuro para a campanha de 2026.

Álvaro, que estará sem mandato; pretende ser candidato a Senador (com duas vagas sendo disputadas) ou a Governador, se as pesquisas mostrarem que sua candidatura é viável.

Nesse quadro ainda nebuloso foi então que, do nada, há poucos dias, pintou uma briga entre Álvaro Dias e Rogério Marinho, dois dos nomes mais fortes da direita para a eleição de 2026. Com essa arenga, perde a deputada Natalia Benevides, do PT, que deixou a condição de contraponto no noticiário político do RN. Rogério e Álvaro ainda podem se encontrar no próximo palanque. Rogério disputando o Governo, e Álvaro, o Senado.

SEM VOTO; COM DINHEIRO

A Democracia brasileira tem como marca a falta de partidos políticos. Como tal, existe o PT com uma militância disponível e um Líder, o presidente Lula. Os outros partidos podem ter dono, ou donos, mas nenhum possui um líder, a maioria deles funcionando como motéis que recebem uma clientela de alta rotatividade, trocando de legenda a cada eleição.

O principal argumento (começando pela formação das “nominatas”) é o Fundo Partidário que deve chegar a mais de R$ 5 bi. Criado oficialmente em 1965 este Fundo começou a ter peso nos últimos dez anos como resposta a influência de empresas (fornecedoras do governo) como ficou comprovado na operação Lava Jato.

Hoje em dia, o dinheirão chega a tesouraria dos partidos em forma de duodécimos para cobertura de despesas cotidianas como pagamento de salários de funcionários, contas de água e luz, passagens aéreas, aluguéis, entre outras. Em 2022, o Fundo Partidário contemplou 24 legendas no RN com o valor total de pouco mais de um bilhão de reais.

Na última eleição (2022) 28 apresentaram candidatos no RN. Só 12 atingiram os níveis para continuarem a receber a grana do fundo partidários. Outros 16 podem continuar a existir, mas sem o dinheiro do governo, até atingirem a cláusula de desempenho – o nível mínimo de votos.

Como se vê, são muitos os ângulos para se fazer um retrato da nossa política eleitoral e escolher seus caminhos…

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