1 de maio de 2024
CIÊNCIA

CIÊNCIA EM DESENCANTO

O Alquimista descobrindo o Fósforo (1771) Joseph Wright – Museu e Galeria de Arte de Derby, Reino Unido


A Ciência nunca negou reconhecimento e honras aos que abriram os piquetes para seu séquito passar.

Muitas vezes a glória tarda.

Mas não falha.

Não fossem os ousados e destemidos de incompreensões, não teríamos seguido as recomendações da Organização Mundial da Saúde durante os dias mais tenebrosos da pandemia.

Lave as mãos.

Use álcool em gel.

Guarde distância.

Corra para o hospital mais próximo, quando ainda puder.

Em 1840, o Dr. Semmelweiss, na Hungrianotou que as parturientes atendidas pelas parteiras tinham menos infecções que as dos doutos cirurgiões.

As doulas atendiam exclusivamente na maternidade.

Os homens da academia faziam outros procedimentos.

De tão ocupados, não tinham tempo de passar água nas mãos.

Levou mais de meio século para a observação do doutorzinho magiar virar verdade científica aceita pelos professores-doutores.

Em 1982, um patologista desconfiou de uma bactéria sempre presente nas biópsias gástricas e passou a estudá-la junto com um colega cirurgião.

Ninguém acreditou no trabalho apresentado mesmo depois que um deles num gesto ousado, beirando a insensatez, decidiu beber um meio de cultura com Helicobacter pylori.

Demonstrou  que a inflamação gástrica tinha causa infecciosa.

Em 2005, os australianos Warren e Marshall ganharam o Prêmio Nobel de Medicina.

As cirurgias bariátricas já estavam a mil, tratando obesidade mórbida quando o Professor Walter Pories apresentou sua tese que a incurável Diabetes tipo 2 escafedia-se com a técnica cirúrgica que empregava.

Ouviu muito xingamento de charlatão e enganador.

Hoje, ex-gordos também não precisam tomar remédios para pressão alta.

A academia sueca  está em débito com o abnegado cirurgião da Carolina do Norte.

Ele merece a mais honrosa distinção.

Foi preciso que o cirurgião cardiovascular francês Ronald Virag injetasse no próprio pênis, um mililitro de papaverina para que os urologistas reunidos em congresso, acreditassem que a velha e conhecida droga vasodilatadora poderia ser a solução  mais procurada pelos disfuncionantes sexuais.

Em homenagem da indústria farmacêutica, Virag virou Viagra.

E o mundo todo, ficou azul de alegria.

Se um pesquisador destabanado não fosse  descuidado com a limpeza do laboratório, a penicilina não teria sido descoberta pelo Dr. Alexander Fleming

Mas isso é outra história.

Serendipity.

Quando iremos  falar sem preconceitos, de um certo remédio para piolhos?

 

O planetário (1766) – Joseph Wright – Museu e Galeria de Arte de Derby, Reino Unido

***

N. do R.

Este texto, publicado em 12/08/2020, sobre medicamento cujo nome ainda  prossegue sob censura do establishment, continua atual, enquanto remédios reposicionados (off label) são  prescritos para os que se achavam vacinados, aos primeiros sintomas da doença que teima em voltar com outros disfarces.

 

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