CANDIDATOS AO ACASO
Há um dia no calendário que não dá pra ser racional.
Nem indiferente.
Não adianta dizer que todo mês que começa num domingo terá uma sexta-feira 13, quando se recorda que em 2021, o segundo e mais triste ano da pandemia, a única data mal afamada, caiu no mês de agosto.
A ocorrência se repete a cada 39 semanas, na matemática do mago Mário Lobo Zagalo, 3 X 13.
Por coincidência ou presságio, a mesma multiplicação, repetiu-se em maio deste ano em que as pessoas nem brigavam mais para serem vacinadas.
Quem foi agraciado com o primeiro carro, comprado no último dia de julho e passou o desgosto de esperar um mês inteiro passar, para poder rodar no prêmio, somente quando setembro chegasse, não esquece crendices e superstições.
Não é por qualquer cisma que alguém mereça ser considerado um frigatriskaidekafóbico.
A escalafobética palavra com origem no Old Norse, a extinta língua germânica, falada na Escandinávia e por onde os vikings conquistavam, não encontrou ainda uma palavra para o sentimento de medo, quase pavor precavido, do dia da mala suerte.
Antes que os inventores dos weekends sem trabalho difundissem para o resto do mundo, o brado de felicidade, Thanks God It’s Friday, o dia nunca havia gozado de boa reputação.
Na idade média, as carroças e cavaleiros não saíam em comitivas, nem era dia pra se casar, a não ser que os noivos não desejassem ser felizes para sempre.
Disputando com os gatos pretos em encruzilhadas e passagens sob escadas, é a quimera mais admitida nos Estados Unidos, onde muitos arranha-céus têm um andar a menos que a contagem final.
A clínica de luxo que atendia as celebridades cariocas tinha 20 apartamentos.
Poucos reclamavam a reserva do 12-B, como se a dúzia repetida pudesse motivar algum insucesso nas cirurgias nunca marcadas para as vésperas dos sábados 14.
Desde que a história contada pelos cristãos anotou o dia da crucificação e o judas traidor foi o 13° comensal a sentar para a ceia larga, é melhor morrer de velho.
O mês que registrou o suicídio de Vargas e a renúncia de Jânio foi o mesmo do impeachment de Dilma, 13 anos depois do partido de número 13 tomar (pra usar o barroso verbo) a eleição.
A campanha eleitoral pra valer, começa ainda antes do mês acabar, trazendo uma dúvida.
Nunca se sabe o que os números nos reservam.
Azar ou sorte.
Fátima Bezerra tem 13 letras
Carlos Eduardo, também.
Agora, conte quantas letras tem Eann Styvenson….