CANDIDATOS SEM GÁS

Entra e sai campanha eleitoral e as plataformas de promessas dos candidatos permanecem como a voz da mocinha que mudou de penteado no comercial  das TVs em preto e branco.

Saúde, Educação e Segurança.

Alternando-se a ordem e o vínculo da atividade, com a profissão do concorrente.

Até o Turismo já caiu de moda, seguindo a tendência e a mesmice das atrações, do sol e do mar.

Em compensação, são contados às dezenas os postulantes que incorporaram ao nome de batismo,  a titulação de tese nunca defendida.

Professores, professoras e colegas,  são tantes,  que daria para a governadora requerer tempo de serviço efetivo em sala e aula, para mais uma aposentadoria.

No quartel do Tribunal Eleitoral, a novidade é o número das senhoras sargentos que não flexionam o gênero nem nos  santinhos de propaganda.

Completamente esquecida,  a promessa  antes mais inflamável.

De  fazer  do petróleo cru, gasolina de boa octanagem, o destino reservado pelos deuses aos que habitam estes céus de abóboda de jerimum.

Melhor limonada não havia, para ser servida aos potiguares às vésperas das votações.

Harmonizava bem com royalties, empregos e as sonoras obras estruturantes

Há quatro anos, depois de contado o último voto não auditado, a Petrobrás anunciava,  que estavam à venda todos os seus ativos no estado.

Na época e na prática, na surdina  e no departamento de pessoal,  a petrolharada já tirava o time dos campos maduros potiguares, transferindo seus atletas  para o paraíso do Espírito Santo.

Veio a pandemia e os decretos restritivos inibiram que nossos bravos companheiros do exército rubro-negro lembrassem as velhas táticas, greves, piquetes e paralisações estratégicas.

Inês já havia pegado o beco.

Vai ver, ninguém acreditou que a estatal em crise, ainda com grandes dívidas, antes do milagre de voltar a distribuir dividendos, pudesse passar, sem a sociedade com a Potigás.

Este ano, os traços de audiência que ainda não trocaram o guia eleitoral gratuito pelas séries dos canais pagos e de streaming, já devem ter notado que restou um único candidato vindo do setor energético.

Mesmo assim, do renovável, e tendo sido rebaixado ao posto de suplente, com chances de assumir cargo de importância no novo governo.

O milhar do primeiro prêmio já está cercado.

Vai que o Bozo vence, ou que ocorra a inevitável adesão do Centrão antes da posse, e seus cupinchas ocupem ministérios e estatais, ainda sobra aquela secretaria estadual de pomposo e longo título.

A de Mineiro.

Mas só se Natália bobear.