CASSIANO UMA VEZ 8.0
Contando com uma base eleitoral que já não dava mais para ser reeleito, o deputado estadual mais votado em 1950 (com pouco mais de 1700 votos), sempre suplente e sempre titular por obra do invencível PSD e graça do Majó Theodorico Bezerra, pensou em estratégia testada e comprovada.
Escolheu o filho mais velho, com precoce vocação política de menino-prodígio, orador que juntava gente aos 8 anos, nos comícios da campanha que elegeu Dix-Sept Rosado, governador.
Seria médico e quase dono de hospital filantrópico.
Tratou de conseguir verbas para construir a tão sonhada unidade da Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Nova Cruz que depois virou quartel de polícia.
E quando terminasse o curso científico, o destino do herdeiro político estava traçado: a boa-terra da Bahia, que formava os melhores e mais conceituados facultativos, seria sua régua e seu compasso.
Lauro Arruda Câmara só não calculou o risco que corria um adolescente, vindo do interior, com algum dinheiro no bolso, estudando em colégio com nome de poeta-mor e fama de pagou-passou.
Os encantos mil e outros balagandãs soteropolitanos, somados à irresistível carona na caravana da esperança de Aluízio Alves e total apoio de Dona Joanita, adiaram o sonho de esculápio.
Começou foca, e em jornal foi de tudo. Até dono.
Na rádio, cronista esportivo e de desfile de misses.
Na TV, apresentador de programa de entrevistas e presença diária.
Trabalhou na pioneira agência, quando a publicidade ainda era chamada de propaganda, acumulando a função de estafeta e menino de recados de Câmara Cascudo, pai do patrão Fernando.
Foi sócio-fundador de revista de assuntos econômicos e agência de publicidade, as mais bem sucedidas nos seus tempos.
Preso e anistiado político, professor universitário de prática e menos teoria, barnabé do estado, acadêmico imortal, são títulos que não podem faltar nestas breves notas biográficas, que devem ser lidas no tempo presente.
De quem além de jornal, rádio e TV, ainda bate um bolão de blogueiro neste Território Livre.
Do marido, pai e avô, que falem Nilma, Jacintho, Arturo, Laurita, Luísa, Cassiano Neto, Lourenço, Arturo Filho, Maria, Antônio e Anita.
Na homenagem pelo aniversário de número 80, o afilhado de crisma e casamento prefere recorrer ao plágio da preferida sobrinha Olívia:
– Cassiano, o melhor irmão do mundo