2 de maio de 2024
futebol

Como o Poeta viu o Jogo

O Vexame

* Napoleão Veras

Um gol aos 40 segundos de jogo é mais que um balde de água fria para quem começava a ver a partida já frio e desesperançado – é pra tremer nas pernas.

Dali em diante só piorou.

Entre o City e o Flu, um abismo colossal, ou um passeio público em que brincam adultos com crianças. A imagem aproxima-se do real: aquilo ali foi de fato um baile, ou um passeio ameno, “passeio” no jargão futebolístico.

Confesso que o sentimento que me dominou, à medida que o time inglês estendia os tentáculos para nos anular, era de desolação.
Minutos depois, de vergonha.

Imaginar que ali se exibiam um futebol pentacampeão mundial versus um time inglês — país também uma vez campeão mundial, só que numa partida surrupiada, onde a
bola jamais entrou.

Haverão de dizer que é coisa do futebol globalizado, além de financiado a bambão pelos petrodólares dos Emirados Árabes.

Seria um motivo…

Mas, como e por que entrar em campo já derrotado, amarelado como o mais reles vira-latas? Com leveza, sem aura inferiorizada, só dois: o colombiano Árias e o menino-craque John Kennedy, colonizado só no nome.

No mais, um time sem valentia, diria até, obnubilado  – essa palavra feia da psiquiatria que superficialmente quer dizer “incapaz de perceber, de reagir, de responder aos estímulos habituais”.

Para o cagaço, repetir a receita de João Saldanha pra canarinha de 70: postura, cunhão-roxo, grandeza histórica, e 11 feras em campo pra desmanchar.

Até Josep Guardiola reconhece o talento nato do futebol brasileiro. Sem falsidade aparente.

 

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