12 de maio de 2024
Memória

CONTA EM VENEZA

A entrada para o Grande Canal, Veneza (1730) – Canaletto – Museu de Belas Artes , Houston, EUA


Programa vespertino
très chic, no inesquecível cenário da Piazzetta de San Marco, Venezia.

Muita gente circulando, grupos de duristas bebendo e comendo pelas calçadas e sob os arcos dos belos palácios.

Restaurantes com mesas ao ar livre, cobertas por toalhas imaculadas.

Muitas, vazias.

E um pianinho que logo começa a tocar bossa nova e brasileiríssima.

Um clima sonhado para um fim de tarde pra lá de romântico.

Só que o dinheiro dos viajantes era curto e fez-se necessário saber de antemão os preços dos drinques e petiscos.

Estavam dentro do orçamento.

Foram encontrados logo, outros brasileiros.

Que não são  difíceis de achar abroad, viajando  fardados com camisas da seleção canarinha.

Até o gerente do empório veio confraternizar, lembrando do tempo em que morou nos trópicos, casado com uma maranhense.

Arranhava um portitaliani perfeitamente compreensível.

Tudo saiu à perfeição.

Até a chegada da via dolorosa d’il conto.

O valor somado era mais que o triplo do pesquisado.

Quem senta paga mais, foi a explicação.

A tabela afixada, vogava somente para bipedestação.

Depois do italiano gastar todo seu rico português e o colega  de jornada  ameaçar chamar a Arma dei Carabinieri para resolver a parada, o nativo desistiu.

Disse que não mais entendia nossa última flor do Lácio.

Foi aí que valeram as aulas do Ginásio de Padre Eymard:

Io capisco você, por que você non me capisca?

A Praça de São Marco em Veneza (1724) – Canaletto – Museu Nacional Thyssen-Bornemisza – Madri, Espanha


(Este perrengue turístico já foi contado neste TL em 11/04/2020)

 

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