Coronavirus subiu no palanque
As eleições municipais ainda não têm data definida pelo TSE em razão da pandemia e dos números crescentes de contágio e mortes Brasil afora, mas com o passar do tempo os pré-candidatos à Prefeitura de Natal parecem não querer esperar para começar a campanha. Nem que seja virtual.
O deputado estadual Kelps Lima, do Solidariedade, quebrou o silêncio para criticar a superlotação das UPAs de Natal e a falta de assistência adequada no Hospital Municipal de Campanha.
Para isso, Kelps faz comparação no mínimo duvidosa ao citar falta de recursos pelos recursos usados no Carnaval de Natal – festa que movimentou mais de R$ 100 milhões e foi aprovada por mais de 90% da população natalense.
Ele ainda questiona a utilização dos recursos federais, mesmo afirmando leitos desassistidos no Hospital de Campanha, que todos sabem foi construídos com esses referidos recursos.
Fato é que o Coronavirus subiu no palanque. Enquanto isso, Natal e RN seguem a luta pela vida.
Kélps acabou de assinar o seu recibo de incompetência, ou de mau-caráter. Em nenhuma das hipóteses serve para administrar uma cidade. Mistura vertentes do que lhe é conveniente.
A análise rasa, provocativa, oportunista, do deputado que consegue mandato de deputado estadual, mas só pensa em ser prefeito de Natal, não leva em conta, claro, que a superlotação existe, mas existe por quê?
Existe porque deputados estaduais não fazem seu papel de fiscalizar e prezar o bem de TODO o estado. Natal é esquecida por esses mesmos deputados quando convém. Natal é sobrecarregada com todos os habitantes indo para as UPAs, única forma de ser regulado e ter atendimento clínico. TODO o RN ou vai para Mossoró ou vem para Natal buscar a vida, porque prefeitos, como alguns que o deputado apoia, investe demais em ambulancioterapia para transportar pacientes para cidades maiores e zero investimento de verdade na saúde municipal. Natal está abarrotada de pacientes de outros lugares. Por sinal, nesse discurso de UPA aborrotada, o discurso de Kélps é igual ao de Fátima. Falta só dizer o que ela disse, que os hospitais estaduais também atendem a população de Natal. É só fazer as contas grosseiras da população distribuída pelo RN. Densidade demográfica. Mesmo que Fátima e Kélps tenham dificuldades com a matemática, ela para porcentagem de riscos em antecipar dinheiro para respiradores que não chegaram e ele para prestar contas do partido.
Tinha dinheiro para o Carnaval sim, que são rubricas diferentes e, o senhor goste do sucesso ou não, traz dinheiro pra Natal. Os ambulantes ganham um pouco mais. Os primeiros casos em Natal não foram relacionados ao Carnaval, bastando ver o histórico e como o vírus chegou à periferia depois que a elite, que o deputado vive, já dava sinais de gravidade da doença.
Álvaro Dias não fez e faz tudo certo, mas devemos ser justos. Álvaro Dias foi fazendo tudo na marra, sozinho, nas ruas, quando esse e outros deputados, deveriam se somar. Não se oferecer de mentira, mas ir pro meio da confusão, buscar ajuda com os pares na ALRN. Mas é melhor gravar um vídeo e tentar lacrar, sair como um homem preocupado com Natal. Não tá não, está preocupado com a campanha. Estamos em junho e a pandemia só deixa o WhatsApp para fazer campanha.
Os políticos do RN são pobres, até os que se acham muito inteligentes, conectados, descolados, são pobres de alma, possuem rascunho de ideias, faltam conversas sérias de ações para o bem público. Você não é o novo, Kélps, você é o velho requentado.
Precisamos escolher gente que seja descente, não gente que queira parecer. Gente coerente, comprometida com a ideia de bem maior. Santo? Não. Prático e sensível, organizado, coordenado, planejado, sem amarras com o que vemos por aí. Saia desse perfil denuncista de quase sempre, levante a bunda da sua cadeira confortável e vá fazer alguma coisa que preste, além de ajudar na discórdia em meio a uma pandemia.