Covid longa: pacientes apresentam doenças cardiovasculares até seis meses depois da cura
Estudos estimam que cerca de 10% a 30% das pessoas que foram infectadas com o coronavírus podem desenvolver sintomas a longo prazo.
Em uma análise recente dos registros de saúde de mais de 150 mil pessoas do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos que contraíram o Covid-19, os pesquisadores descobriram que os sobreviventes da doença tinham um risco “substancial” de desenvolver doenças cardiovasculares até um ano após a doença inicial, mesmo que nunca tivessem sido hospitalizados em decorrência da infecção.
Quando comparados com milhões de outros pacientes que nunca foram infectados, os sobreviventes da Covid-19 eram 63% mais propensos a ter um ataque cardíaco e 52% mais propensos a ter um derrame.
Eles também apresentaram maiores riscos de insuficiência cardíaca, ritmos cardíacos irregulares, coágulos sanguíneos e distúrbios inflamatórios, como pericardite e miocardite.
EXAMES TRADICIONAIS NÃO IDENTIFICAM A CAUSA PÓS-COVID
O problema é que os exames médicos tradicionais para diagnosticar doenças cardíacas – como eletrocardiogramas, ultrassons e outros testes funcionais do coração – geralmente mostram que as pessoas que tiveram Covid-19 não têm danos óbvios ao coração.
Assim, os médicos tiveram que reimaginar como diagnosticam e tratam pessoas com problemas cardíacos que permanecem muito tempo após uma infecção por coronavírus.
Novos estudos sugerem que danos às fibras nervosas que ajudam a controlar a circulação podem realmente ser os culpados.
E esse dano tem nome: neuropatia de pequenas fibras.
Felizmente, as ferramentas para tratar muitos tipos de neuropatia pós-Covid já existem.
— Na grande maioria das vezes, esses sintomas que variam de palpitações a tonturas desaparecem dentro de seis meses de tratamento — disse o cardiologista Salim Hayek, codiretor da Clínica para Covid-longa da Michigan Medicine em Ann Arbor.
Fonte: O Globo