2 de maio de 2024
Cinema

DE VOLTA AO PARADISO

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Longe do epicentro da pandemia na Itália, a Sicília tem sido atingida de modo menos violento.

Para os mais de 23 mil casos fatais no país, cerca de 190 ocorreram na ilha,  onde vivem mais de cinco milhões de pessoas.

Há um ano, um menino maravilhado com o mundo que o cinema trazia para a pequena cidade do agreste potiguar, postou nesta  ilhota do arquipélago TL, outra semelhança entre terras tão distantes.

Vale a reprise.

(Seu Paulo Bezerra justificaria a repetição: agora em cinemascope)

         (Publicação original em 18/04/2019)


PARADISO, ÉDEN

O que tem em comum o interior potiguar e o da Sicília?

Pelo menos, terras áridas, vegetação rasteira e sol inclemente.

Suas vilas e cidades  como eram há quatro ou cinco décadas, podem guardar mais semelhanças.

Cenários parecidos para um mesmo filme.

Cinema Paradiso que imortalizou personagens e ganhou um Oscar pode ter tido sua versão brasileira.

Basta dar asas à imaginação.

De algum Totó não tenho notícia mas Alfredo, o projecionista, tivemos um semelhante em Nova Cruz.

Seu nome, Paulo Bezerra.

Empreendedor visionário e arrojado.

Além da sala de projeções (audiovisual), manteve negócios nos ramos do comércio  (mercearia), gráfico (tipografia)e de bebidas (destilaria, chamada de enchimento).

A jóia da coroa do seu império agrestino foi o Cine Éden. Seu paraíso.

Edifício imponente,  pé direito alto e paredes escuras. Uma diminuta antessala, cortinas pesadas  e duas entradas.

A clientela podia optar entre  platéia de primeira, de confortáveis poltronas (não acolchoadas) e a de segunda, nas filas dos bancos (sem encostos), bem próximos do écran.

Havia ainda a possibilidade de se pagar ainda menos e assistir ao filme, meio enviezado, em pé, do corredor lateral.

Não só a bilheteria, o comportamento dos cinéfilos também era controlado pelo proprietário.

Advertências e até cartão vermelho  para os inconvenientes, segundo peculiar código de conduta que proibia principalmente assobios e comentários picantes.

Não precisa nem dizer quem era o ouvidor geral  para críticas, sugestões e principalmente, reclamações.

Quando foram pedir providências contra aqueles quase invisíveis insetos, cujas picadas além das marcas na pele, tiravam a concentração no filme, não fugiu das suas responsabilidades:

-As pulgas têm o carimbo do Cine Éden?

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