1 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Depois do insucesso no Funeral da Rainha, Bolsonaro tentará recuperar imagem na ONU

Aliados de Jair Bolsonaro recomendaram que ele fosse ao funeral da rainha Elizabeth II por esperar uma exposição positiva do presidente na mídia, na reta final da campanha à reeleição.

Mas a sensação, entre aliados, é que o objetivo principal da viagem fracassou: conquistar parte do eleitorado indeciso, com uma imagem de estadista, com uma agenda com baixíssimo potencial para causar estragos.

A viagem do presidente, no entanto, foi mais ruidosa do que o esperado.

Bolsonaro foi criticado em jornais brasileiros e britânicos por transformar a viagem em uma extensão da campanha eleitoral de uma maneira nada sutil.

O britânico “The Times” estampou em seu site que Bolsonaro quebrou o luto para marcar pontos políticos.

A presença do pastor Silas Malafaia na comitiva, sem nenhuma justificativa para tal, também causou estranhamento. Se pode servir para consolidar os votos de evangélicos, avaliam aliados, ela não ajuda na tarefa de atrair o eleitor moderado.

As postagens do “look” da primeira-dama, Michelle, feitas por um maquiador levado por ela ao Reino Unido, provocaram críticas negativas. Também repercutiram mal os ataques de bolsonaristas à imprensa.

Caso da repórter da BBC Brasil que foi cercada e hostilizada por apoiadores do presidente na frente da residência do embaixador, que tomou as redes junto com o cidadão britânico que aos berros pediu aos manifestantes respeito ao dia nacional de luto pela morte da rainha.

FOCO NA ONU AGORA 

Os aliados do presidente esperam que a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, passe uma imagem melhor do presidente. Em um ambiente mais controlado, o potencial para danos é menor.

O discurso ainda estava sendo finalizado na tarde de segunda-feira, no horário brasileiro, e passaria pela revisão da cúpula da campanha, formada pelo Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, chegou na segunda-feira a Nova York e também ajudaria na confecção final da fala do presidente.

No programa distribuído à imprensa, só havia duas reuniões bilaterais previstas, com os presidentes da Polônia, Andrzej Duda, e do Equador, Guillermo Lasso. Bolsonaro ainda deve se encontrar com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. (Colaboraram Pablo Uchoa e Natasha Ribeiro, de “O Globo”, de Londres e Nova York).

Fonte: Valor 

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