13 de maio de 2024
Nota

Derrota do ICMS na AL vai seguir sem pai nem mãe?

Um das vintes frases mais famosas atribuídas ao ex-presidente americano John Kennedy é “A vitória sempre tem muitos pais, mas a derrota é órfã.”

Cai como boa legenda à primeira declaração da governadora Fátima Bezerra na manhã de terça-feira, 12, depois da derrota do projeto de lei que enviou à Assembleia Legislativa do RN para fixar o ICMS de 2024 em 20%.

Declarou Fátima Bezerra em suas redes sociais:

O resultado da votação na ALRN não impõe uma derrota à nossa gestão, mas é antes de tudo uma punição ao Estado e ao povo.
Não pense a oposição, os que torcem pelo ‘quanto pior, melhor’, que baixaremos a cabeça. Seguiremos firmes e altivos trabalhando incansavelmente pelo RN!

A governadora não quis vestir a carapuça da derrota, nem calçar as sandálias da humildade para analisar onde e por que errou.

Mas lá com seus botões tem a exata consciência que o placar de 14 X 0, graças a manobra da obstrução de sua base, houve falha na articulação política do seu Governo e que o dado é um péssimo sintoma para um Governo reeleito, em seu primeiro ano.

Como ex-parlamentar da própria Assembleia, da Câmara Federal e do Senado da República, Fátima sabe como poucos como são aprovados os projetos de lei.

A derrota maiúscula não foi apenas do que representa a alíquota de 18% ou 20%, ou o impacto de mais de R$ 700 milhões a menor no orçamento de 2024.

É bem mais do que isso…

É a fragilidade política exposta para o Rio Grande do Norte e para o Brasil.

Ao se comparar a outros estados da federação a situação ainda é pior.

Senão vejamos, estados que terão aumento de alíquota em 2024; Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Tocantins.

Somente o Rio Grande do Norte tem uma oposição bolsonarista e  implacável em sua Assembleia Legislativa? E como justificar votos de deputados, que não são da oposição, e votaram contra o Governo ?

A Governadora Fátima Bezerra (PT) foi eleita para seu primeiro cargo majoritário em 2014 numa inquestionável onda vermelha confirmada nas urnas no Nordeste brasileiro. A tal polarização com viés de alta para o PT na região mais sofrida do país.

De lá pra cá, só vitórias para o Governo em 2018 e reeleição em 2022.

No ano passado, mesmo sem alcançar grandes índices de aprovação em seu Governo, eliminou um adversário forte, o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) fazendo aliança para o Senado, ganhou sozinha e sentou na cadeira sem precisar muita manobra e flexibilidade em alianças. O próprio Carlos Eduardo não mereceu um afago sequer como prêmio de consolação ou de bom companheiro de chapa.

Se as vitórias de Fátima se deram muito pela polarização Lula X Bolsonaro, a derrota reclamada é pelo mesmo motivo, segundo o deputado federal Fernando Mineiro em suas redes sociais:

Na maioria dos estados brasileiros, as assembleias legislativas aumentaram a alíquota do ICMS, melhorando a arrecadação dos estados e ajudando os governos a realizarem as ações demandadas pela sociedade.Já aqui no RN, a oposição bolsonarista diminui a alíquota de 20% para 18%.

Resta saber se essa “oposição bolsonarista” seguirá organizada para outras batalhas.

Se sim, o Rio Grande do Norte de Fátima Bezerra pode constatar que a polarização que elege, também derrota.

É só mudar a direção do vento .

E isso muitos estados do Brasil também já viram. Assumir a derrota não seria o começo para o ajustes das velas?

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