Descontos em xeque: Associação de Colégios Particulares reage a parlamentares que “se aproveitam da crise”

O assunto está lá, guardando na mochila desde que, há um mês, as escolas particulares acataram o Decreto do Governo do RN, determinando a suspensão das aulas presenciais em razão da pandemia do Coronavirus.

Repercussão potencializada  quando o Ministério Público do RN resolveu fazer “recomendação” para descontos das escolas. Sugeriu que os pais procurassem os responsáveis das instituições de ensino em busca de alguma proposta nesse sentido.

Não é novidade para ninguém que as escolas seguem com seus custos fixos. O maior deles? Despesa com professores e profissionais, que em sua maioria continua trabalhando de forma remota, por aulas via internet.

Hoje, a Associação de Colégios Particulares reagiu inclusive com críticas a políticos que aproveitaram a onda para surfar na crise alheia.  Diz a nota assinada pelo diretor da Associação e da escola Sagrada Família, Eduardo Campos:

A Associação dos Colégios Particulares do Rio Grande Norte também informa que repudia os projetos de redução de mensalidades que foram propostos na Câmara Municipal de Natal, pelo vereador Raniere Barbosa, e na Assembleia Legislativa do RN, pelo deputado estadual Ubaldo Fernandes. 

“Os propositores dos projetos querem se aproveitar do momento de crise que vivemos para fazer política, sem se importar com os prejuízos que essas ideias podem trazer para o mercado e para um número grande de profissionais, como professores, coordenadores e diretores de escolas, que precisaram se reinventar nesse momento de crise para continuar atendendo com aulas online e seguindo com atividades para  diminuir os prejuízos na educação dos estudantes”.

Eles admitem conversar, mas temem alguma medida impositiva de desconto ou suspensão que gere um prejuízo ainda maior, provocando feito maior na já inevitável crise econômica para todos os setores.

DO TL

Inegável a boa intenção do MP que pretende proteger o cidadão comum com uma “mera recomendação”.

O problema é o ruído que ela provocou e ainda pode provocar. O tensionamento é desnecessária quando o que todos pretendem é voltar à normalidade com o menor números de atingidos. Seja pelo Covid-19, ou desemprego, falências, queda na qualidade do serviço prestado.

Até porque nessa pirâmide – inevitável – poucos escaparão incólumes. Talvez, no primeiro momento, só o promotor, representante ilustre do MP.