Diretor da escola da Assembleia é acusado de assédio, pede exoneração e deputados silenciam
É, sem dúvida, o assunto mais comentado desta segunda-feira, 17.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte recebeu denúncia ao professor e agora ex-diretor da escola da Assembleia Legislativa, João Maria Lima por assédio moral e sexual contra a jornalista Sayonara Alves.
O fato veio à tona pelo Blog do Dina, que não é qualquer blog por aí, franco atirador. É editado por Dinarte Assunção, jornalista e repórter profissional, que tem por característica apurar o que escreve.
Ele mesmo, aliás, já integrou o quadro de profissionais de Comunicação da Assembleia Legislativa, de onde pediu exoneração em 2019. Sabe, portanto, o terreno que está pisando. Assim como sabe o custo da leviandade, irresponsabilidade em se transmitir inverdades.
A matéria traz detalhes sobre supostos assédios à jornalista, que vão de contato físico como “cheiro no pescoço” a mensagens inadequadas, convites para clubes noturnos em São Paulo e ajuda para resolver questões financeiras.
Sayonara estaria sofrendo desde o ano passado a pressão do seu superior hierárquico. E, por último, resolveu transformar as provas que diz ter em denúncia ao Ministério Público.
A Justiça vai apurar, a partir de um inquérito que já está sob a responsabilidade da Polícia Civil do Rio Grande do Norte.
O professor denunciado distribuiu nota a setores da mídia se dizendo vítima de uma narrativa caluniosa e que não foi exonerado, mas que pediu para sair como melhor maneira de esclarecer a trama que foi envolvido.
Sou o maior interessado na apuração rigorosa dos fatos, e, portanto, já solicitei exoneração do cargo público que exerço em respeito ao cargo público que sempre mantive.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte também divulgou nota, sem assinatura, afirmando que “resolveu exonerar” o diretor. Esqueceu de dizer que foi “a pedido”.
Não há notícia até agora de nenhum dos 24 deputados da Casa se manifestando sobre o lamentável fato.
Desses 24, cinco são deputadas eleitas com a bandeira da defesa da mulher.
Até agora, nada…. Nem para registrar indignação, solidariedade ou animus de apurar o fato “com rigor e justiça”.
Aquelas palavras de ordem tão frequentes nas campanhas que eles inundam suas redes sociais e replicam sem pudor nos palanques eleitorais.
Quando o assedio tem rosto e nome, a indignação fica para lá de silenciosa.
Que a verdade venha à tona. O TL torce para divulgá-la.