DROGAS ESCANDALOSAS
Desde que um remédio, para tratamento contra piolhos, provocou a maior polêmica na comunidade científico-midiática, nenhum outro havia alcançado as primeiras colocações nos trending topics, quanto os comprados pelo Ministério da Defesa em 2022.
A divulgação que “35.000 comprimidos de Viagra” haviam sido distribuídos entre um contingente de 350.000 militares brasileiros, não levou os jornalistas investigativos a um cálculo singelo, de 0,1 per capita, em potência “meia-boca”.
O sucesso instantâneo da descoberta motivou a procura por outros escândalos nas farmácias dos pelotões, companhias e batalhões, das selvas ianomâmis aos pampas gaúchos.
Além do tratamento da impotência sexual por medicamento que trata também mulheres com hipertensão pulmonar, foram descobertas compras para tratamento da calvície.
Minoxidil, usado tanto na doença da mulher careca, como na pressão alta de difícil controle.
Finasterida, a droga gold standard na redução do tamanho da próstata, traz de lambuja, como efeito nem tão adverso assim, o crescimento de penugem que ajuda a disfarçar a alopécia dos incomodados com mijadeira frequente.
Esta trapalhada farmacológica poderia ter sido evitada se os senhores senadores da mais inútil de todas as CPIs, a da Cloroquina, não tivessem demonizado o reposicionamento de drogas e jogado na fogueira da sua pornográfica inquisição, os médicos que ousaram prescrever medicamentos off label.
(Texto sobre notícia publicada em 12/04/2022)