2 de maio de 2024
Coronavírus

DUAS VEZES CINCO

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Quando caiu a ficha que a pandemia não seria contida com medidas curativas nem pela abertura de leitos para doentes críticos, as esperanças do mundo já estavam   voltadas  para os países mais ricos.

A única solução seria a vacina.

Que custa muito dinheiro, tecnologia, tempo e precisa testar eficácia e segurança.

Desta vez, não seria coisa de rico. Exclusiva para os afortunados.

O que saísse das mesas e bancadas de pesquisas dos barões miliardários, teria de chegar aos lares e casebres dos aldeões mais humildes.

De pouco adianta se as nações mais pobres não são também imunizadas.

O imenso mar azul é um só e tudo está conectado.

A corrente com elos perdidos não consegue remover a imensa pedra do meio do caminho onde passam fariseus e publicanos.

As ondas de contaminação são como as do mar.

Não param  de quebrar numa praia só porque  em outras podem avançar sem resistência.

O interesse humanitário e a oportunidade de mais lucros, haviam sido despertados pelas maiores empresas do mundo.

Logo,  um consórcio estava formado com bençãos e participação da Organização Mundial da Saúde.

Reunidas, as Big Five, as maiores empresas de tecnologia,  com aparelhos Apple, sistemas Microsoft, onisciência Google, onipresença Facebook e logística Amazon, formavam um dream team como nunca visto antes neste planeta.

Um clubinho que  vale mais de 3 trilhões. De dólares.

Sentados nesta montanha de dinheiro, os mais sábios cientistas não abreviaram a longa espera.

Já são dias, semanas e meses, compridos como jamais imaginados.

O pesadelo que seria despertado pelo apito da gigante farmacêutica americana, não deixaria de amedrontar quem não pode manter a jóia preciosa à temperatura de 70 graus abaixo de zero.

A sequência de peças caídas neste terrível dominó e o efeito mosqueteiro de todos por todos, fez emergir, de onde menos se esperava, as respostas práticas e viáveis.

Agora, eram outros, os five.

Do grupo dos cinco países com economias e mercados emergentes, vieram as soluções. E os novos problemas.

Dos laboratórios da China, Índia e Rússia partiram os primeiros missionários que bons samaritanos, percorrem os campos de cinzas cobertas de brasas moribundas, distribuindo fé.

Crentes, confiam os sobreviventes  que  em doses de meio mililitro, tudo terá fim.

Um dia passará.

Ironias inexplicáveis à parte em tempos de sofrimento, invasores ainda mais perigosos foram identificados nos dois outros países dos BRICS.

Dependentes da ajuda externa até para proteção individual, munição e armamentário médico, Brasil e África do Sul não fizeram como a maioria.

Não se resguardaram.

Não se organizaram.

Não permitiram que a vida seguisse, mesmo em ritmo e intensidade reduzidas, com segurança e proteção para a maioria e os mais carentes.

Cruel lei de retorno ou divino castigo, foi nestes países onde surgiram variantes, cepas do vírus com capacidade de driblar as defesas que bem poucos já conseguiam armazenar.

Em semelhante e intricado  jogo de tabuleiro, uma coisa é certa.

Não há lugar para a peça pária.

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One thought on “DUAS VEZES CINCO

  • Jcabralsobrinho

    Para o senador Jean Paul Prates, quanto pior melhor, ele criticou o preço do petróleo também, até hoje não deu a solução de reduzir o preço sem levar em conta a variação cambial. Defender ajuda de Rs 600, todos defendem, mas quem vai pagar a conta? O senado? A Câmara? O STF? Pimenta no dos outros é refresco. Tocar fogo ? é fácil, quero ver apresentar a solução. O PT tem solução pra tudo. Foi ele q deixou o país quebrado.

    Resposta

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