3 de maio de 2024
Coronavírus

COOPER ESTADUAL

20980D29-379B-4798-AC7B-E29719713146
Quando reuniu suas ideias sobre atividades físicas e lançou o livro
Aerobics em 1968, o coronel do exército norte-americano não podia imaginar que estava criando uma quase seita.

Pelo menos como são classificados alguns cidadãos potiguares pelo Instituto de Defesa do Meio Ambiente.

Coopistas.

O médico militar Kenneth Cooper elaborou um teste para avaliar a capacidade física dos seus recrutas.

A corrida de 12 minutos e a medição de alguns parâmetros, variando de acordo  com a idade, sexo e desempenho, virou coqueluche.

O método recebeu o nome do criador. E correu o mundo.

Qualquer corridinha ou caminhada, desde que com roupa apropriada e tênis nos pés, virou fazer Cooper.

Dizem até que alguns, fazem tão bem que passaram a ter o teste perfeito.

Mas isso é pura cacofonia.

Os devotos de Nossa Senhora da Boa Saúde, que respeitaram todos os decretos governamentais e a quarentena de isolamento social, estão vivendo uma desconcertante frustração.

Depois que as autoridades sanitárias reconheceram que a curva de contaminação estava finalmente achatada, criou-se a expectativa da reabertura do Parque das Dunas para os madrugadores que já voltavam às caminhadas na rua.

O evento tão aguardado mereceu generosos espaços na mídia e uma solenidade de reabertura com corte de fita simbólica só não foi realizada, por conta da aglomeração de pessoas não ter sido ainda liberada.

Mas deverá constar do rol das realizações no enfrentamento da pandemia.

Com a anunciada exigência, os crachás de autorização para a entrada estavam pendurado em todos os pescoços mas foram barrados na porta. Incrédulos, ouviram a informação que os portões só seriam abertos após às oito horas.

Talvez o comitê científico que orienta a retomada das atividades tenha informações confiáveis que o vírus permanece no resquício de mata atlântica, nos arrebóis, saindo para cumprir expediente externo nas ruas, depois que o sol esquenta.

Foram anunciadas novas normas para o funcionamento da área de lazer e promoção da saúde, em condições novo normais.

Ao adentrarem os portões, deverá ser mantida distância de quatro metros entre os caminhantes, com a consequente limitação da lotação.

Será exigido o porte de uma garrafa com a água, já que os bebedouros permanecerão bloqueados.

Dúvidas começam a surgir.

Será exigida velocidade constante e igual para que um corredor não se aproxime do outro?

Os pequenos grupos que fazem o percurso alameda-bosque, serão autorizados a continuarem juntos ou os assuntos conversados deverão ser interrompidos, tratados aos gritos ou retomados só após a saída?

O uso da máscara será excepcionalmente suspenso no momento da entrada ou outra maneira  de identificar o usuário, além da foto do passaporte para ingresso, será usada?

Quem consegue controlar a sede e nunca bebe água e nenhum outro líquido durante o percurso, precisa levar a garrafinha? Pode ser seca?

Um informal, não autorizado e sub-cientifico comitê de frequentadores, reunido excepcionalmente, apresentará sugestões às entidades oficiais que decidem, proíbem e flexibilizam.

Pede para que seja levado em consideração que em seis meses de pandemia, foram contabilizados entre todos os utentes,  apenas cinco casos.

Suspeitos. Três testaram positivos. Dois oligossintomáticos. E um falso.

Negativo ou positivo, não se chegou ainda à conclusão. Nem fecha essa pequena conta.

Só um  frequentador,  eventual, esteve internado com diagnóstico confirmado.

Completamente recuperado, comenta-se que também já voltou a frequentar ambientes outros, familiares só a ele, onde deve ter contraído a virose.

Diante do baixo risco já reconhecido pela OMS, da contaminação em espaços abertos, o que se pede às autoridades estaduais é que seu comitê científico consulte o comitê municipal  sobre a experiência com a liberação precoce da vizinha e contínua Alameda Marilene Dantas.

Quem sabe, se passarem a distribuir remédio de piolho na entrada, não dá também pra liberar geral?

15A3B068-7936-4AF8-9DA8-F4E554E1F2F7

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *