5 de maio de 2024
Opinião

É hora da classe política definir caminhos do RN

Roda Viva – Tribuna do Norte 26/11/22

Faltando cinco dias para a eleição (com o quadro local já definido no primeiro turno) é tempo da classe política pensar no nosso Rio Grande do Norte, depois de conhecido o resultado de domingo.

Certamente que o resultado da eleição nacional vai ter muita influência no que os nossos políticos poderão fazer daqui pra frente.

Mas, seja qual for o resultado, os problemas são conhecidos, assim como as soluções. Daí a necessidade de se fazer um Projeto Rio Grande do Norte acima das divergências e convergências políticas, para garantir um futuro melhor, que deve ser o objetivo comum.

E o futuro do RN tem nome e sobrenome: energia limpa e hidrogênio verde (o combustível do futuro), que vai ter papel primordial na transição para um mundo carbono neutro, a partir da comprovação de que existem aqui condições excepcionais para a sua produção, não se conhecendo sobre isso, qualquer divergência entre as lideranças estaduais.

MUNDO VERDE

O mundo do hidrogênio verde vem despertando interesse em todo mundo, inclusive no Nordeste do Brasil, embora ninguém reúna as condições favoráveis do nosso Rio Grande do Norte, condição reconhecida por alguns grandes grupos internacionais que já demonstraram interesse em investir aqui.

Essa região privilegiada se concentra no mar – o nosso offshore – onde será possível produzir energia limpa, eólica, foto-voltaica e hidrogênio verde, com os menores custos de todo o mundo.

Atualmente tramitam, no IBAMA consultas para a implantação de oito projetos offshore, mas a legislação está sendo alegada para justificar a demora na liberação para aprovação e início da implantação dos projetos.

Como esse novo mercado ainda está se formando, num ponto crucial o RN saiu na frente da concorrência construindo um setor de excelência para a formação de mão de obra qualificada.

CAPACITAÇÃO PARA O VERDE

O SENAI-RN trabalha com a temática do hidrogênio verde há duas décadas e possui papel importante nesse debate, além de ter capitaneado o processo de desenvolvimento da formação de pessoas com a colaboração dos Governo do Brasil e Alemanha.

Até o próximo ano um convênio com os alemães garante recursos de 26 milhões de euros para montagem de centros de formação profissional que o RN tem ótima base, no Centro de Tecnologia do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), que também vai coordenar nacionalmente a iniciativa.

É um acordo programado para se desenvolver ao longo de 20 meses promovendo ações de disseminação de moderna tecnologia de produção de energia verde no país.

Há poucos dias, a governadora Fátima Bezerra participou em São Paulo do Brazil Wind  Power mostrando a prioridade deste segmento no planejamento estratégico do Rio Grande do Norte, integrado o projeto nacional H2Brasil da empresa alemã.

O acordo com 20 meses de duração se propõe a desenvolver ações de disseminação da tecnologia de produção de hidrogênio verde no país. A iniciativa corre em paralelo com a capacitação de instrutores para os centros de formação do SENAI. A instituição está apoiando a indústria brasileira na transição para uma economia de baixo carbono e para tornar o país ainda mais competitivo em energia renovável.

O PORTO É O COMEÇO

O Governo do RN tem consciência de que existe um problema urgente a solucionar no seu projeto de produzir hidrogênio verde (H2V), o combustível do futuro. É a falta de um porto dimensionado para atender as suas demandas, ao contrário do Ceará, Pernambuco e Bahia.

O Estado tem procurado solucionar esse problema que fica além dos seus recursos próprios, alguma coisa em torno de R$ 6 e R$ 8 bilhões para implantar um porto indústria multiuso, por intermédio do qual deverá haver a movimentação dos equipamentos para os parques de energia eólica offshore (no mar), prestes a serem aqui instalados.

O porto atenderá ainda atividades já consolidadas no Estado e que precisam melhorar sua infraestrutura, a exemplo do petróleo e da pesca. Além disso a estrutura servirá para o transporte marítimo de outras cadeias produtivas que estão em formação sobretudo como o do hidrogênio verde.

O local que vai abrigar o Porto Indústria Multipropósito já foi definido por estudos realizados pela Universidade Federal do RN em colaboração com equipes do Governo do Estado. Fica a 160 quilômetros de Natal, entre os municípios de Caiçara do Norte e São Bento, distante 160 quilômetros de Natal. Segundo o Governo do Estado trata-se de uma obra para ser iniciada em 2023.

UNIÃO POTIGUAR

Para atingir esse objetivo o Rio Grande do Norte não pode continuar a ter como a sua grande meta econômica, o pagamento de sua folha de pessoal em dia, como aconteceu nos últimos anos.

Também não bastará realizar uma reunião de representantes do Governo do Estado, uma vez por ano, com a bancada federal, para definir as emendas orçamentárias da nossa representação federal, como tem sido com a alocação de recursos para concluir a duplicação da “reta da Tabajara”, na rodovia BR-304 (que liga Natal a Mossoró e a região do Seridó), no município de Macaíba, na região metropolitana da capital.

Faltando cinco dias para o Segundo Turno da eleição de Presidente da República, se faz necessário uma mudança de posição da nossa representação política (com seus mandatos renovados, como um todo). É preciso manter na ordem do dia alguns temas que movimentaram a nossa campanha eleitoral, e encontrem – finalmente – uma solução definitiva o que só será possível com a união de todas as forças vivas do RNe participação da sociedade, como um todo.

É um senhor desafio colocado para correligionários e adversários, que precisam agir de forma coordenada para o RN não vir a lamentar mais uma perda. Para atingir os objetivos é hora de se encontrar uma maneira de tornar essas ideias uma realidade que necessita a convocação de todas as forças, agregando todos numa mesma direção.

 

One thought on “É hora da classe política definir caminhos do RN

  • PedroArtur

    O que governadora vai culpar no proximo ano, esse ano a culpa foi a herança que o governo anterior deixou , e agora Sra governadora ?

    Resposta

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