10 de maio de 2024
Opinião

RM muda o sentido do apoio de Prefeitos para ser Senador

 

 

 

 

RM muda o sentido do apoio

de Prefeitos para ser Senador

 

 

 

 

Cassiano Arruda Câmara – Tribuna do Norte – 13/07/22

Se a eleição de 2018 rasgou a carta de sabença política de muitas figuras atuantes e famosas no submundo de nossa prática eleitoral, a de outubro próximo promete muito mais.

Noves fora as mudanças institucionais trazidas no meio das reformas na legislação eleitoral (no Congresso e nos Tribunais), impondo alterações no comportamento de candidatos e apoiadores – parecido com um jeito novo de fazer política, cada vez mais parecido com o antigo modelo.

O “Código de Ética” que regula a matéria, mesmo sem nunca ter sido escrito, está mudando numa velocidade alucinante, por algumas de suas “causas pétreas”, como era a força da palavra, sobretudo quando ancorada na “força do compromisso”.

A quebra da palavra, impunha penas eternas tanto para os candidatos quando para as chefias eleitorais dos municípios, principalmente para esses a quem uma quebra de palavra muitas vezes se transformou numa aposentadoria compulsória de quem assumiu compromisso de tantos votos e os mapas eleitorais não os confirmavam. – Da mesma que forma alcançaram muitos políticos que tiveram de procurar outra atividade.

 

EXEMPLO DA SEMANA

 

A cidade de Pau dos Ferros é muito mais representativa do que os seus mais de 20 mil eleitores. Na última eleição eram 19.440 – 10.598 mulheres, ou 54.15% do total. O eleitorado masculino forma 45.85% compõe do total.  Esse conjunto de atitudes deu a Pau dos Ferros uma enorme influência sobre todo o eleitorado da Zona Oeste do RN.

Além disso, a importância eleitoral de Pau dos Ferros pode ser medida por contar com lideranças influentes em toda a região; tão influentes quanto respeitáveis, como o deputado Getúlio Rego (e seu filho, Leonardo ex-prefeito); o médico Newton Figueiredo e a jovem prefeita Mariana Almeida, tendo nas suas mãos a força da caneta municipal.

Essa semana as principais lideranças de Pau dos Ferros terminaram por revelar os seus candidatos, e muitos especialistas começaram a errar nas suas interpretações feitas a partir desta definição.

Numa entrevista ao Jornal de Fato, de Mossoró, o ex-prefeito Leonardo Rego, anunciou que o seu grupo vai votar para o Senado no deputado Rafael Mota, sendo a primeira liderança regional de expressão, a assumir compromisso com essa candidatura.

 

OUTRA SITUAÇÃO

 

Na mesma edição do domingo, com a entrevista de Leonardo Rego, o jornal interpretou que a “perda do apoio do grupo do deputado Getúlio Rego (PSDB) e do ex-prefeito Leonardo Rego (União Brasil) é um duro golpe às pretensões do ex-ministro Rogério Marinho (PL)  eleger-se senador. A saída anunciada em primeira mão no Jornal de Fato, por Leonardo abre a porteira do Alto Oeste, a partir de Pau dos Ferros. O grupo caminha para apoiar o deputado Rafael Mota (PSB) ao Senado.”

Seria um raciocínio perfeito se ainda vigorasse aquele antigo Código de Ética que não foi escrito, e existisse um mínimo de coerência no apoio aos candidatos, respeitando um mínimo de sentido partidário.

Na verdade, a primeira liderança de Pau dos Ferros, procurada pelo candidato Rogério Marinho, não foi Getúlio nem Leonardo Rego.

Rogério havia procurado montar sua candidatura a partir das Prefeituras, mesmo sabendo de inúmeros exemplos em que apoio de Prefeitos nas últimas eleições majoritárias do RN não valiam quase nada em matéria de voto. Conhecendo a situação, Rogério acredita que poderá modificá-la.

 

FORÇA DO COMPROMISSO

 

Conhecedor da situação das Prefeitura, em geral, pelas entidades que dirigiu, Marinho, acumulou a gestão de um dos maiores Ministérios da República, sacou que, para dar certo, a sua decisão não podia ficar só nas tapinhas nas costas, almoços e jantares, como nos apoios anteriores.

Cada Prefeito e Município merecia um projeto próprio e por essa razão ele tratou de começar cedo. Depois das conversas iniciais, ele colocou pessoas de sua equipe para viabilizar a proposta de cada Prefeito, oferecendo apoio técnico e político para que os recursos pudessem chegar a cada município. Resumindo: o que os concorrentes prometiam para depois da eleição, Marinho imaginou realizar antes.

Adotou regras muito pragmáticas e simples. Compromisso só do voto de Senador. O Prefeito que que tinha um projeto oferecia como contra-partida o voto para Senador em Rogério Marinho. – O voto para Governador, Deputado Federal e Estadual ficou na livre escolha do Prefeito. Ao mesmo tempo, o candidato se vinculava naturalmente ao benefício levado pelo projeto, sem aquela do candidato que caia de para quedas, sem nenhuma outra ligação com a cidade ou o benefício.

 

CAMPANHA MAIS LONGA

 

Regra não escrita: As cidades escolhidas devem ter visibilidade, para chegar a uma região inteira e projetar a “grande novidade” dessa eleição.

Pau dos Ferros foi uma delas, porque além de visibilidade regional ainda possui um novo nome à frente do projeto, a prefeita Mariana Almeida.

Para Governador, Mariana vota em Fátima Bezerra. Mas, a chapa Fátima-Rogério não vai ficar só em Pau dos Ferros.

Na montagem do projeto eleitoral cada prefeito tem a sua própria história. E foi por saber da amplitude da ação de Rogério Marinho que o Presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, admitiu ser candidato a Governador a partir da estrutura construída para mostrar que o apoio dos Prefeitos pode definir a eleição do RN. Nas últimas vezes que aconteceu apoio expressivo de Prefeitos a um candidato esse apoio tornou-se derrota do candidato. É isso que se tenta mudar.

 

 

 

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