28 de abril de 2024
Imprensa Nacional

‘Ele gritava que ia matar todos os petistas’, diz filho de policial assassinado em Foz do Iguaçu

Filho do guarda municipal Marcelo Arruda, ex-candidato a vice-prefeito na chapa do PT em Foz do Iguaçu (PR), o vendedor Leonardo Arruda, de 26 anos, relatou ao GLOBO os momentos de terror durante a comemoração do aniversário de 50 anos de seu pai. Marcelo Arruda foi assassinado na madrugada deste domingo após um homem, identificado como o policial José da Rocha Guaranho, invadir a comemoração.

Guaranho, que seria um simpatizante de Jair Bolsonaro, teria interrompido o evento, com tema do PT, e atirado três vezes contra Arruda, disse o partido, que divulgou nota sobre o caso nesta manhã.

Após ser atacado, Marcelo Arruda teria reagido com cinco tiros, o que também levou o agressor à morte.

— O bolsonarista apareceu do nada. Ninguém conhecia ele.

Ele gritava que ia matar todos os petistas, gritava palavras de ordem e ‘“aqui é Bolsonaro”.

Ele chegou a apontar a arma pela primeira vez para o meu pai. A esposa dele tentou evitar que ele fizesse um primeiro disparo. Ele prometeu que ele ia voltar, e ele voltou logo depois já atirando.

Ele acertou três tiros no meu pai. Pelo ódio dele, parecia que ia matar todo mundo.

Mas meu pai conseguiu evitar o pior, antes de morrer. 

O guarda municipal deixa quatro filhos. Leonardo é o mais velho, de 26 anos, e o mais novo, uma menina que tem apenas dois meses de vida.

— A pessoa estava tomada pelo ódio.

Não pensa na família dele, nem na minha.

Ele matou enquanto gritava aqui é Bolsonaro, aqui é mito. Estamos todos muito apavorados.

Filiado ao PT em Foz do Iguaçu e amigo de Marcelo Arruda há mais de 30 anos, André Aliana foi um dos primeiros a chegar na festa de aniversário e foi quem fez os vídeos do parabéns.

— Estávamos na festa de aniversário. Ninguém estava bêbado, ninguém gritava, não tinha som alto. Estava todo mundo bem. Meia horas depois dos parabéns, veio um carro.

Acho que entrou por engano, porque estávamos nos fundos do clube e ali não é um lugar de passagem. O cara teve que entrar na associação e adentrar mais de 100 metros em direção aos fundos Aí ele começa a gritar Lula ladrão, e a xingar a todos da festa.

A gente achou que era brincadeira, pois tinha bolsonaristas na festa. Aí uma pessoa foi chamar o Marcelo na cozinha para receber o cara, que a gente achava que era mais um convidado, uma visita — narra.

* Do Globo

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