3 de maio de 2024
Política

ELEIÇÃO CHOCHA

 

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Viva a nova prefeita!

A mais sem graça e desanimada de todas as eleições, manteve a fórmula que se repete há 20 anos.

Dois prefeitos eleitos de uma só vez.

Neste século XXI todos os vice-prefeitos de Natal assumiram o cargo.

Por renúncia ou afastamento do titular.

A primeira experiência sem coligações partidárias, obrigou o lançamento de chapas puros-sangues mas não afasta a sina do eleito não cumprir todo o mandato.

A advogada e cientista social Aíla Ramalho Cortez já pode encomendar o tailleur da outra posse.

Em um ano e meio deverá assumir a titularidade e iniciar a campanha pela própria reeleição, na continuação do movimento dos círculos concêntricos.

Ainda não foi desenvolvido repelente que afaste da testa de quem recebe uma votação arrasadora em Natal, o pouso da mosca azul com as asas douradas do governo estadual.

Os resultados não se distanciaram dos esperados. A emoção ficou por conta dos hackers que atrasaram   a divulgação dos números finais.

Na Filadélfia nordestina, antes do galo cantar, todos os eleitos já eram conhecidos

Os videntes e palpiteiros de resultados eleitorais ficaram sem serventia.

A não ser pelas margens de erro da votação dos vereadores, os institutos de pesquisas acertaram todas as projeções e ficaram sabendo, junto com o respeitável público, quem vai animar o noticiário do picadeiro-ringue, com a saída dos principais animadores e desafetos.

Se bem que alguns auto-financiados  tenham de explicar inconsistências  na segunda colocação da majoritária.

Ou não.

Quem vai ligar pra isso, numa lonjura tão grande do caçuá de votos.

Numa eleição com poucas chances para outsiders, quem é do ramo levou vantagem.

Pelo interior, poucos não conseguiram renovar os mandatos.

Os que saem é por prazo de validade vencido, motivado pelo cansaço do eleitorado.

O efeito déjà-vu fez estragos previsíveis.

Sem surpresas, o apurado reflete fielmente o que foi visto no período de apresentação das propostas.

Nem o adiamento do dia da votação nem o achatamento da curva de contaminação,  entusiasmaram a disputa na capital.

Mesmo assim, o pleito da pandemia não deixa de apresentar novidades além das lambadas-denúncias que se espalharam de Pendências para o mundo.

Pela primeira vez, um prefeito é eleito sem ter pronunciado um único discurso em praça pública.

Nem abraçado os desocupados e desdentados da Gentil Ferreira.

É inédita também, a ausência da governadora no apoio ao candidato do seu partido. E não digam que não foi notada que sua participação no horário eleitoral foi burocrática, pra cumprir tabela.

Se tivesse aparecido mais, quem sabe, poderia ter eleito seu vereador.

A eleição 2020 pode ser o começo da nova era, do novo normal.

Da política que se renova, adotando um modelo escandinavo de escolha dos representantes e governantes.

O povo já fez a sua parte.

Escolheu os que não escorregaram nas ideias mirabolantes, bravatas e promessas inalcançáveis.

E sabe muito bem que a eleição foi só de um prefeito.

Quem sabe, dois…

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