BOM EXEMPLO
Se uma imagem vale palavras contadas aos milheiros, um filmete de poucos segundos revela muito mais.
O desempenho de um parlamentar é medido pelas suas ações.
Quanto ao acerto dos seus votos, depende.
Se é para ajustar a economia ou para aumentar as dificuldades para o governo do coiso, nunca se sabe.
(Publicação original em 07/09/2019)
SORRISO FEDERAL
Tivesse sido um desses parlamentares do baixo clero que ficam de papagaio de pirata sobre os ombros dos cardeais, ninguém estaria criticando.
Poucos entenderam a performance da nossa senadora, a segunda de origem médica popular.
Só quem tem o domínio da comunicação visual, pode passar uma mensagem tão instigante e sem uma só palavra, atingir públicos variados no país e além fronteiras.
Poucas vezes uma imagem gerada pela televisão estatal foi tantas vezes reproduzida nos canais das redes sociais.
Louve-se o trabalho da assessoria e a tenacidade da nossa representante. Treinamento é a chave do sucesso.
Médicos, mesmo os que se dedicam a vida toda à saúde pública não dominam a técnica e o manuseio do fio com a segurança que foi apresentada ao vivo. Sem edições.
É de se destacar também a direção da cena. O corte perfeito e o enquadramento. O timing. A rápida transição entre o long shot no presidente da sessão e o plano fechando já em close up na dentadura parlamentar.
E a ação, precisa, concisa, dinâmica e acima de tudo, didática.
A correta empunhadura, a sequência dos movimentos, o detalhe da inclinação para preservar a gengiva intacta e o cuidado para não ocasionar traumas dentoalveolares.
Basta uma rápida pesquisa nos anais do parlamento para se encontrar vários pronunciamentos em apoio às ações da saúde bucal. Infelizmente sem a mesma repercussão.
Este ano mesmo, foi aprovado projeto de lei que torna obrigatória a assistência odontológica em hospitais públicos, privados e pelos planos de saúde. Matéria importante que não teve ressonância na mídia.
Trazer para o plenário da Comissão de Constituição e Justiça da nossa alta câmara, a discussão desta pauta é ato de coragem que merece reconhecimento e aplausos.
Que as infundadas críticas, todas baseadas em arcaicos manuais de supostas boas maneiras, não inibam outras intervenções.
Abominável seria se tivesse havido a utilização de palito, equipamento que deve ser para sempre proscrito.
Mesmo no banheiro, no escuro e até depois dos churrascos na mesa diretora.
Poucos perceberam a sutileza na mensagem subliminar que o uso correto e regular dos fios e fitas dentais não é causa de diastemas.
Esta iniciativa precisa ter continuidade. Outras práticas odontológicas merecem o incentivo dos nossos políticos.
A escovação, por exemplo.
É uma pena que as bancadas das casas legislativas não sejam dotadas de pias.