5 de maio de 2024
Política

ELEIÇÃO EM VERTIGEM

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No bipartidarismo americano, parece que não há espaço político fora da salutar  alternância do poder.

O sistema eleitoral, confuso, desta vez promete ser mais ainda. 

No país onde vale o escrito nos contratos, não se mudava as regras depois do jogo iniciado. O resultado era aceito sem contestações. Mas isso foi antes do show do Donald.

Pode-se até pensar que há mais opções para quem vai eleger o prefeito de Jucurutu que o presidente da maior democracia do mundo.

Se os jucurutuenses vão escolher entre quatro candidatos, os americanos têm número indeterminado.

Independentes, desconhecidos e sem divulgação. De partidos pequenos e regionais.

Na eleição 2020, o rapper Kanye West é a novidade da hora.

Casado com a celebridade dos reality shows, Kim Kadashian, aos 43 anos, tem conseguido generosos espaços nas mídias para apresentar o seu Birthday Party.

A festa e o partido são  conservadores.

Sem perder a modernidade nem o swing.

Em 12 estados, venceu a burocracia, conseguiu o registo e estará nas cédulas de votação, esperando receber os votos de quem se interessa pela criação de uma nova cultura de vida.

Os temas são sérios.

Desde o endosso  da gestão ambiental, passando pelo apoio às artes, até  a adoção de políticas públicas que fortalecem a fé religiosa.

Como os partidões,  não esquece que a defesa nacional deve ser forte e avança num ponto polêmico, ao propor a restauração da oração nas escolas.

É contra o aborto e a pena de morte.

Até agora, as maiores conquistas da candidatura foram um pedido da atriz Jennifer Aniston para a classe artística não desperdiçar o voto útil para Joe Biden e uma citação no filme de maior sucesso da temporada.

No Borat 2, aparece entre os grandes líderes mundiais.

Ao lado de Trump, Putin, Kim Jong-un e Jair Messias Bolsonaro.

Candidaturas alternativas não ficam apenas no folclore político, somados aos votos anulados.

Deixam marcas que podem mudar a sociedade, percorrendo outras veredas.

Ralph Nader foi candidato quatro vezes, a última em 2008, sem nunca ter qualquer chance de vitória.

Advogado e ativista, enfrentou as grandes corporações e introduziu a defesa do consumidor como direito individual do americano médio.

Formado em Harvard e Princeton, de enorme sucesso pessoal, promoveu a discussão de  outros temas como o feminismo, o humanismo e a ecologia.

Nos anos 60.

Depois que escreveu o livro-denúncia Inseguro a qualquer velocidade, as carroças e a indústria automobilística de Detroit não foram mais as mesmas.

Na sua conta também são creditados, o estímulo e exemplo para  criação das ONGs que atuam na defesa dos interesses públicos negligenciados pelos governos constitucionais.

Aos 86 anos, Nader continua ativo e influente.

Sua contribuição para a disputadíssima eleição deste ano veio na co-autoria de mais um livro.

Destruindo a América.

No best-seller, ele expõe como a violação da lei e as mentiras de Trump estão criando o “Fascismo 2.0”.

É sempre bom prestar atenção ao que os nanicos andam pensando.

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One thought on “ELEIÇÃO EM VERTIGEM

  • Geraldo Batista de Araújo

    A Democracia americana pode ser definida pela frase do professor Juarez Pontes: “A lei é igual para todos, mas para alguns é muito mais igual.”

    Resposta

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