17 de maio de 2024
Economia

Em relacionamento morno

Mesmo tendo declarado amor aos Estados Unidos, desde a posse de Joe Biden, o presidente brasileiro não recebeu um só telefonema do colega norte-americano.

As relações comerciais entre os dois países acompanham a mesma temperatura morna, segundo declaração do representante da Câmara de Comércio Exterior dos Estados Unidos.

 

Bandeira brasileira rasgada, ao lado do Palácio do Planalto em Brasília. Foto: Adriano Machado para a Reuters.


Os EUA devem fazer mais para fortalecer os laços com o Brasil

Ana Mano  para a Agência Reuters em 07/04/2022

O governo Biden não está fazendo o suficiente para forjar uma aliança de longo prazo com o Brasil, disse Myron Brilliant, chefe da divisão de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, em entrevista coletiva em São Paulo nesta quinta-feira.

“Na minha opinião sincera, não acho que o governo Biden esteja fazendo o suficiente para se concentrar nesta região”, disse ele sobre a nona maior economia do mundo, acrescentando que parte do motivo é a agenda doméstica dos EUA.

Brilliant disse que a falta de envolvimento dos EUA em toda a América Latina significa que “as oportunidades não são desenvolvidas, nem um plano estratégico de longo prazo da maneira que esperamos”.

A ausência dos EUA abriu caminho para outros parceiros se relacionarem e fazerem negócios com o Brasil.

“O que vimos na última década é um aumento significativo do investimento e do envolvimento chinês na região”, disse Brilliant.  “Também estamos vendo o engajamento russo. Diríamos que os EUA precisam estar presentes.”

Os EUA são o segundo parceiro comercial mais importante do Brasil, atrás da China.  A diferença é que o Brasil tem superávit comercial com o país asiático e déficit com os EUA.

Brasil e EUA competem como exportadores de commodities agrícolas como soja, carne e milho.

No primeiro trimestre do ano, o Brasil teve déficit comercial de US$ 3,8 bilhões com os EUA e superávit de US$ 4,7 bilhões com a China, segundo dados do governo brasileiro.

Os EUA responderam por cerca de 11% das exportações totais do Brasil no período, enquanto a China foi quase 28%, mostraram os dados.

“Definir o comércio em termos de déficit e superávit é um erro”, disse Brilliant.  “Importante para nós é ter um campo de jogo nivelado.”

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