3 de maio de 2024
Opinião

Espere pela vacina em casa. – Conheça o melhor remédio

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Cassiano Arruda Câmara – Tribuna do Norte – 231220

Nesta véspera da véspera de Natal, contrariando tudo o que caracterizou esse período do ano (ano após ano), nas nossas vidas, vem sendo repetido de diferentes formas:

– Fique em casa nas festas de fim de ano.

Uma campanha nacional utilizando todos os meios de comunicação, desde o começo da semana, procura alertar as famílias brasileiras sobre os riscos da contaminação pelo coronavírus durante as confraternizações de fim de ano.

Organizada pelo Instituto Estáter em colaboração com empresários de vários setores e apoio técnico da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), a campanha visa evitar a proliferação do vírus e, ao mesmo tempo, limitar a necessidade de novas medidas que levem ao fechamento da economia.

Segundo a campanha, o objetivo é motivar o brasileiro a “fazer a sua parte para evitar um novo lockdown, que seria muito pior quando o país precisa de uma retomada econômica para não afetar ainda mais empregos, empresas e sociedade”.

RESPOSTA RÁPIDA

Vale abrir um parêntesis para lembrar que, alarmado com o que chamou de “mutação de disseminação mais rápida” do coronavírus, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mudou radicalmente a estratégia de enfrentamento da pandemia no último sábado e já impôs um lockdown em Londres e na maior parte das cidades do sudoeste do país.” Enquanto São Paulo restringe ainda mais o funcionamento do comércio, e passará o Natal e Ano Novo restrito a serviços essenciais.

Do mesmo jeito dos últimos nove meses, no Brasil, como tudo em relação à pandemia, não se encontra uma resposta simples para as inúmeras indagações feitas.

No Brasil, de uma forma geral, essa discussão, mais do que politizada, virou ideológica, o que dificulta um debate desapaixonado sobre a maneira mais correta para a redução do ritmo de contágio, sobretudo depois do muito que havia sido conseguido até o recrudecimento caracterizado por uma segunda onda.

Quem acompanha as várias providências dos diferentes governos, não encontra comprovação de que as medidas radicais – como o lockdown – tem oferecido números expressivos no curso prazo.

POUCO A COMEMORAR

O Observatório Covir-19 BR, entidade independente que reúne perto de uma centena de cientistas ligados às principais instituições brasileiras de pesquisa, lançou um alerta: “A catástrofe que se anuncia não vai reverter de forma natural. A lógica de multiplicação de casos é simples. Novos casos geram outros novos casos”.

Isso nos remete a uma constatação lógica: – As tradicionais comemorações da virada do ano, com aglomerações e gestos de confraternização, representam um risco temerário num momento em que o contágio volta a acelerar em todo o país.

De forma sensata, muitas cidades – inclusive nossa cidade Natal – suspenderam as suas programações festivas.
Numa cidade chamada Natal e que tem o turismo como sua principal atividade econômica a suspensão da programação atinge uma atividade que já vem sofrendo muito, o turismo, atingindo inúmeros trabalhadores impedidos de trabalhar, e, portanto, tendo muito pouco a comemorar.

LET´S PIPA

Com mais de 109 mil casos confirmados de pessoas infectadas e 2.873 mortes pela coronavírus, números de ontem) nosso Rio Grande do Norte, ainda vive uma situação peculiar.

A exemplo dos últimos anos, nas principais praias de veraneio do Nordeste (Trancoso, Ba; Carneiros, Pe; São Miguel dos Milagres, Al; e Jaricoacoara, Ce); Pipa e São Miguel do Gostoso criaram a sua zona franca sem restrições e vem conseguindo manter a programação para 2.500 turistas em cada uma, assim como 450 funcionários eventuais.

Na prática, a criação de duas Zonas Francas de Infectação.

Nas duas, a promessa de respeito aos rigorosos protocolos para quem se dispuser a pagar ingresso de R$ 5.150,00 por seis dias de programação.

Os promotores dos eventos garantem todas as providências para a segurança sanitária, com o menor contato físico possível, e todas as áreas de uso comum higienizadas de tempo em tempo, como banheiros e vans, Num terreno isolado de 9 mil metros quadrados numa praia exclusiva.

FIQUE EM CASA

Não há dúvida de que estamos vivendo um fim de ano diferente de todos os outros. Assim como de que as reuniões familiares são uma tradição nessa época do ano e que o cancelamento dos grande festejos traz enorme prejuízo para todos.

É preciso consciência de que 2020 é um ano atípico e que existe uma vacina cada dia mais próxima de todos nós. Porém essa vacina só terá validade para quem sobreviver até sua chegada.

Aglomerações devem ser evitadas a todo custo, e as normas de prevenção tem de ser respeitadas para que não se amplie essa catástrofe. Para quem for sair, a recomendação continua sendo usar a máscara, manter a distância mínima de dois metros e lavar as mãos ao usar objetos compartilhados.

O que não podemos – diz uma nota dos promotores da campanha – é colocar a perder todo o esforço feito até agora. Com o aumento de casos e a saturação do sistema de saúde em vários estados, somados as festas de final de ano é imperativo que a cautela seja mantida. A pandemia não acabou.

Por muitos anos ouvi de meu pai o conselho que ouso repetir: “Boa romaria faz quem em sua casa está em paz”.

E nunca vivemos nada parecido com essa pandemia. E a pandemia não acabou.

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