FDA fará alerta para síndrome neurológica rara, associada à vacina da Janssen
Fonte: The New York Times, em 12/07/2021
A Food and Drug Administration planeja alertar que a vacina contra o coronavírus da Janssen pode levar a um aumento do risco de uma condição neurológica rara, conhecida como síndrome de Guillain-Barré, outro revés para uma vacina que foi amplamente deixada de lado nos Estados Unidos.
Embora os reguladores tenham descoberto que as chances de desenvolver a doença são baixas, elas parecem ser três a cinco vezes maiores entre os receptores da vacina fabricada pela Johnson & Johnson do que entre a população em geral nos Estados Unidos.
As autoridades federais identificaram cerca de 100 casos suspeitos da doença de Guillain-Barré entre os receptores da injeção da Janssen por meio de um sistema de monitoramento de pacientes e profissionais de saúde com relatos de efeitos adversos.
Os relatórios são considerados preliminares. A maioria das pessoas que desenvolve a doença se recupera.
O F.D.A. concluiu que os benefícios da vacina na prevenção de doenças graves ou morte pelo coronavírus ainda superam qualquer perigo, mas planeja incluir a cláusula em fichas técnicas sobre o medicamento para provedores e pacientes
“Não é surpreendente encontrar esses tipos de eventos adversos associados à vacinação”, disse a Dra. Luciana Borio, ex-cientista-chefe interina do F.D.A. sob o presidente Barack Obama.
Os dados coletados até agora, acrescentou ela, sugerem que os benefícios da vacina “continuam a superar os riscos”.
Em um comunicado divulgado na segunda-feira, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças disseram que os casos foram relatados cerca de duas semanas após a vacinação e principalmente em homens, com 50 anos ou mais.
Os relatórios da base de dados indicam que os sintomas de Guillain-Barré se desenvolveram cerca de três semanas após a vacinação.
O governo Biden deve anunciar o novo alerta já na terça-feira. Os reguladores europeus podem seguir o exemplo em breve. Nenhuma ligação foi encontrada entre a síndrome de Guillain-Barré e as vacinas de coronavírus desenvolvidas pela Pfizer ou Moderna, os outros dois fabricantes autorizados nos Estados Unidos. Esses imunizantes usam uma tecnologia diferente.
TL Comenta:
O RN já recebeu pouco mais de 50.000 doses da vacina da Janssen que por requerer apenas uma dose, tem sido usada preferencialmente no atendimento da população de rua e caminhoneiros, dois públicos que apresentam dificuldades de retorno para a segunda dose.