4 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Generais da Reserva receberam indenizações de quase R$ 1 milhão no ano crucial da Pandemia

A matéria é do Estado de São Paulo nesta quinta-feira, 11, e não mostra nada de ilegal,  mas os altos valores a título de indenização pagos a generais da Reserva durante o período mais dramático da Covid 19 no Brasil.

JAIR BOLSONARO MUDOU A LEI 

A folha de pagamento aumentou, sobretudo, no período em que os oficiais foram para a reserva porque o  governo de Jair  Bolsonaro patrocinou uma mudança que aumentou a indenização paga quando os militares saem do serviço ativo e adquirem essa condição, equivalente a uma aposentadoria.

Em 2019, no primeiro ano de governo, Bolsonaro apresentou um projeto de lei que aumentou os benefícios pagos a militares. A indenização paga quando eles são transferidos para a reserva, por exemplo, subiu de quatro para oito vezes o valor do soldo.

O gasto com os salários aumentou de R$ 75 bilhões em 2019 para R$ 86 bilhões.

O general Ramos, por exemplo, só foi para a reserva após a nova lei ser aprovada e entrar em vigor.

Candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), o general Walter Braga Netto recebeu R$ 926 mil em dois meses de 2020, no auge da pandemia de covid-19.

NATUREZA INDENIZATÓRIA 

Estão na lista o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

Os benefícios pagos pelo governo levaram oficiais e pensionistas a ganhar até R$ 1 milhão na folha de pagamento em um único mês, conforme dados do Portal da Transparência.

Procurados, Braga Netto e Bento Albuquerque não responderam.

Ramos disse que os valores têm caráter indenizatório ou de ressarcimento relativos à sua ida para a reserva. O Exército afirmou que os pagamentos aos generais são legais. A Marinha não respondeu.

Braga Netto tem um salário bruto mensal de R$ 31 mil como general da reserva do Exército, mas recebeu um montante de R$ 926 mil nos meses de março e junho de 2020 somados, sem abatimento do teto constitucional.

O teto limita os salários a R$ 39,3 mil por mês no serviço público. Somente a título de férias, o vice de Bolsonaro ganhou R$ 120 mil em março de 2020.

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