2 de maio de 2024
Luto

Geraldo não planejou vento para desenvolver nosso RN

Geraldo não planejou vento

para desenvolver nosso RN

 

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“Sopra um vento forte / no Rio Grande do Norte / vento diferente / que traz alegria”.

 

Geraldo Melo morreu em casa, na madrugada de hoje, sem ter preconizando a importância do vento na economia do RN. Talvez por não ter interpretado corretamente os versos incorporados pelo cambono Duda Mendonça, mago, que dirigiu a comunicação de sua campanha para Governador do Estado, em 1966.

Ficou satisfeito com a entrega recebida – e paga – de um jingle tipo chiclete para ajuda-lo a ganhar a eleição. O que conseguiu, por uma margem muito pequena, definida só nas últimas urnas da Zona Oeste do Estado.

Geraldo imaginava ter antecipado todas as possibilidades econômicas do RN. Mas a contribuição de vento foi só poética.

 

VENTO FORTE

 

O vento só soprou forte de verdade no século seguinte, com novas tecnologias de geração de energia que deram ao RN a condição de maior produtor de energia eólica do Brasil, ai sim  criando alegria para todos.

Geraldo José de Melo é da primeira geração de técnicos (ou tecnocratas) formada por Celso Furtado criador da SUDENE, um verdadeiro Ministério do Nordeste, aprovado pelo Presidente Juscelino Kubistchek, que não tinha uma grande obra na região, no nível das que deixou em todo o País.

De lá, Geraldo veio trazido pelo governador Aluízio Alves para fundar a primeira Secretaria de Planejamento, que ele conseguiu não chamar de Secretaria (igual aos outros) mas de CDE (Conselho de Desenvolvimento do Estado) até 1962, quando imaginou ser candidato a Prefeito de Natal em 1965, contra o sistema de Djalma Maranhão, sem as bençãos de Aluízio terminou demitido e se afastando da política.

 

FUTURO NO PASSADO

 

Filho de um funcionário público, Geraldo José de Melo (era assim que se assinava) tornou-se conhecido no RN, primeiro na política estudantil, teatro e política de verdade, atuando na campanha de Dinarte Mariz para Governador, em 1965.

Convidado para ser Diretor da Imprensa Oficial (“A República”) não pode aceitar por falta de documentação. Ai caiu firme nas disputas da APE (Associação Potiguar de Estudantes) e Centro Estudantal Potiguar e por cause de sua militância virou ator do Teatro de Estudantes com o primo Fernando Cascudo.

Cinco anos depois já estava na Cruzada da Esperança ao lado Aluízio Alves além de foca da Tribuna do Norte atuando na página política e daí rumou para a Sudene e formou uma primeira geração de técnicos potiguares: Ênio Melo, Benivaldo Azevedo, Roosevelt Garcia, José Daniel Diniz, João Ururahi, Emanuel Vundt e muita gente de valor, normalmente sem oportunidade.

 

VOLTA PARA O FUTURO

 

Quando deixou o Governo, participou de um segundo tempo da geração de tecnocratas da Sudene, atuando na iniciativa privada com escritório de projetos de desenvolvimento para buscar financiamento da SUDENE (artigos 34/18) maior passo de industrialização do Nordeste.

A história oficial:”

Foi um dos sócios-fundadores da Administração Industrial e Planejamento (Adiplan) – criada em 1965 por um grupo de técnicos que deixara a Sudene – foi, também, o diretor brasileiro do Consórcio Internacional de Consultoria Técnica, integrado pela Adiplan e pela empresa inglesa Economist Intelligence Unit (EIU). Estas reuniram-se em uma terceira organização, chamada International Professional Consortia (IPC), que, por sua vez, contratou alguns serviços a serem realizados por outras empresas, entre as quais a Mitsou Consultants co., do Japão, além das inglesas Scott Wilson, Kirkpatrick and Partners e Fisheries Development.

                No início da década de 1970, a Usina São Francisco Açúcar e Álcool S/A e a Usina Ilha Bela S/A, ambas localizadas em Ceará-Mirim (RN) e clientes da Adiplan, haviam mergulhado em enormes dificuldades financeiras. Os credores dessas empresas recusaram-se a fazer composições com os antigos acionistas controladores, exigindo a mudança do controle acionário. Esse processo culminou na transferência do controle das duas empresas para a Adiplan, que elaborou um projeto de modernização empresarial prevendo a fusão das duas na Companhia Açucareira Vale do Ceará-Mirim.

                Em 1978, Geraldo Melo foi indicado pelo presidente João Figueiredo para integrar, como candidato a vice-governador do Rio Grande do Norte, a chapa encabeçada por Lavoisier Maia, lançada pela legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação ao regime militar instalado no país em abril de 1964. A chapa foi eleita pela Assembléia Legislativa e empossada em março de 1979. Com a promulgação da nova lei orgânica dos partidos em dezembro daquele ano, que extinguiu o bipartidarismo, e a posterior reorganização partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS).  Em 1983, transferiu-se para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).”

O SENADO E A PLANÍCIE

Depois do Governo Geraldo Melo conquistou uma cadeira no Senado, quando a representação do RN era formada por três ex-governadores: José Agripino, Lavoisier Maia e Geraldo.

Infectado por este vírus foi se afastando da empresa e mergulhando na política, inclusive na política municipal de Ceará Mirim.

Mas não repetiu o sucesso inicial, nem comprometeu a sua biografia que registra mais uma única eleição, para a Academia Norteriograndense de Letras, com um romance revivendo a sua juventude de menino do Interior. Tomou posse foi eleito e tomou posse virtualmente, sabendo que não iria exercer a imortalidade. Fazia piada com seu próprio estado de saúde por não lhe garantir a vida quando sofria de doença incurável.

 

 

 

 

 

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