28 de abril de 2024
CinemaPolítica

GLAUBER CONSELHEIRO

94C3F9FE-1396-4C36-8191-2A7B691C1D70
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro                Foto de Affonso Beato (1969)

Glorificados pelos historiadores oficiais, homenageados em estátuas, placas de ruas e até usurpadores da toponímia de cidades inteiras, vultos do passado estão sendo reposicionados em seus  papéis, subtraídos de medalhas, e sem lauréis, apeados dos cavalos de bronze.

Genocidas, perdem as insígnias de pais da pátria. Conquistadores, têm revelados os métodos, nos inglórios combates aos mais frágeis.

Mas quem marcou a passagem pela vida com ideias, nunca será esquecido.

Na era da foto digital de alta resolução, museus  preservam as obras de pintores impressionistas.

Músicas encontram sempre outros artistas imortais para reproduzí-las em som estéreo.

No cinema, há repetidas oportunidade para se rever filmes remasterizados.

Sempre valerá a pena ver, ouvir e sentir tudo de novo.

Há dois anos, a Bahia ofereceu a um ilustre e desvairado filho, uma justíssima distinção, numa prova  que mais fortes são os poderes do povo.

O erro foi na escolha da obra. Um aeródromo.

Poderiam ter esperado um pouco para um tributo mais apropriado.

Depois que o sertão virasse mar, seria perfeito.                      

Porto Marítimo Glauber Rocha, de Vitória da Conquista.

Na inauguração do aeroporto, o rápido discurso do Presidente da República não fez qualquer referência ao afamado conquistense.

Talvez,  pela ausência de familiares do cineasta na solenidade.

Paloma, a única filha, havia recusado participar da comitiva, no primeiro pouso.

Perdeu a chance de fazer um discurso glauberiano.

Desde a saudação às autoridades.

Depois das civis e eclesiásticas (os padres da Opus Dei), as militares. A quem nomearia como legítimos representantes do povo.

E diria para surpresa dos que nunca assistiram ao programa Abertura, da TV Tupi, que assim falava quem considerava o General Golbery do Couto e Silva,  um gênio da raça brazileira.

E santificava  o rasputin da redemocratização no mesmo altar de Darcy Ribeiro.

Poderia ter dito que o pai, ao voltar do agridoce exílio  por europa , frança, montevidéu, moscou, argélia, cuba e bahia, onde encontrou Prestes, Jango, Arrais, Darcy, Dirceu e ACM, declarou-se militarista,  terceiro mundista e dono de uma capa verde comprada numa boutique de Saint Germain.

Falecido em 1981 aos 42 anos,  não é difícil imaginá-lo aos 82.

Auto-proclamado florianista,  estaria, nestes tempos de indigência política, abrindo alas para outro general e vice passar, no comando da banda.

Mourão, Mourão                                                         Vara madura que não cai …

F0DB6D84-5D79-454F-AEB6-1AAF361BA71F

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *