Governadores assumem lugar de oposição ao presidente Bolsonaro
A reação dos governadores a Jair Bolsonaro chegou tarde, mas teve, ao menos, o mérito de preencher o espaço deixado por uma oposição ainda desnorteada pela traulitada tomada nas eleições do Congresso.
Em campanha aberta pela reeleição, Bolsonaro aproveitou o domingo e saiu na frente, dando forma à narrativa de que Estados e municípios são os responsáveis pelo desastre sanitário no País.
Mexeu as peças, lançou um monte de números enganosos, mobilizou a militância bolsonarista e obrigou os prejudicados a correrem atrás de sua mentira.
A nota dos governadores diz que Bolsonaro “parece priorizar criação de confronto”. Ainda não ficou claro que a essência do “bolsonarismo” é justamente criar e alimentar conflitos?
NO VÁCUO, PROTAGONISMO DO CONGRESSO
Na impossibilidade de contarem com o governo federal, prefeitos e governadores começam a pressionar seus deputados e senadores para que o Congresso assuma o protagonismo na estratégia de combate à covid-19, inclusive nas medidas de isolamento e no controle da vacinação.
Uma das ideias em marcha é: 15 dias de lockdown em todo o País.Os secretários de Saúde querem que o Congresso defina por lei gatilhos para lockdown (exemplo, com 85% de ocupação dos leitos). Mas há dúvidas se há força política para tanto na Câmara com Arthur Lira (PP-AL).
Agora? Até ser liberado comprar vacinas, só Dória fazia barulho. Que gente covarde.