GUERRE AU BRUIT
Sai governo, entra ano, acaba o veraneio e não se vê nenhuma autoridade encarar, mesmo que “de frente”, ou fazer cumprir a lei da poluição sonora que não é mais, apenas estival.
Da Barra do Rio, vem um exemplo que pode banir as músicas reeiras para além das 200 milhas náuticas.
Um tour de force multicultural de senhoras francesa e paraibana foi capaz de baixar o som das caixas onipotentes.
Que o diga um bacana que depois de desfilar com o SUV dos SUVs, engatar o jetski e desfilar engatado com uma louraça-koleston, resolveu compartilhar com os vizinhos seu refinado gosto antimusical.
Depois da centésima audição da Dança da Minhoca, as destemidas madamas tomaram a decisão de invadir o território hostil.
Sem dificuldade, o quartel general do exército do barulho, onde todos dormiam como se estivessem anestesiados pela repetitiva melodia, foi dominado.
Desligada a zoada, o silêncio só não voltou a imperar na Bouche de la Rivière porque as vitoriosas voltaram do embate brandindo o grito de guerra:
–Fils de pute …Fils de pute …Ici c’est nous!
***
(Este affaire diplomatique foi publicado neste TL em 02/06/2020)