9 de maio de 2024
Memória

GUERRE AU BRUIT

Judith decapitando Holofernes (1620) – Artemisia Gentileschi – Galleria degli Uffizi, Florença, Itália


Sai governo, entra ano, acaba o veraneio e não se vê nenhuma autoridade encarar, mesmo que  de frente”,  ou fazer cumprir a lei da poluição sonora que não é mais,  apenas  estival.

Da Barra do Rio, vem um exemplo que pode banir as músicas reeiras para além das 200 milhas náuticas.

Um tour de force  multicultural de senhoras francesa e paraibana foi capaz de  baixar o som das caixas onipotentes.

Que o diga um bacana que depois de desfilar com o SUV dos SUVs, engatar o jetski e desfilar engatado com uma louraça-koleston, resolveu compartilhar com os vizinhos seu refinado gosto antimusical.

Depois da centésima audição da Dança da Minhoca, as destemidas madamas tomaram a decisão de invadir o território hostil.

Sem dificuldade, o quartel general  do exército do barulho, onde  todos dormiam como se estivessem anestesiados pela repetitiva melodia, foi dominado.

Desligada a zoada, o silêncio só não voltou a imperar na Bouche de la Rivière  porque as vitoriosas voltaram do embate brandindo o grito de guerra:

Fils de pute …Fils de pute …Ici c’est nous!

 

Yael e Sísera (1620) Artemisia Gentileschi – Museu de Belas Artes, Budapeste, Hungria.

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(Este affaire diplomatique foi publicado neste TL em 02/06/2020)

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