4 de maio de 2024
Eleições

HOJE É O DIA NACIONAL DO BAGAÇO DA LARANJA

George Washington atravessando o rio Delaware (1861) – George Caleb Bingham – Museu de Arte Chrysler, Norfolk, Virgínia, Estados Unidos

Quando a legislação eleitoral era mais  flexível, podia-se quase tudo.

E  fazia-se tudo.

O eleitor não era só mais assediado.

Era paparicado.

Durante a  campanha já se sabia os candidatos que tinham chances reais de sucesso.

Era só observar a quantidade de camisetas e bonés, com rostos sorridentes e slogans otimistas, circulando nas ruas.

Para as famílias proletárias, uma visita às vésperas da eleição, um envelope recheado, um mimo de um corte de tecido ou uma cesta alimentar, eram regras básicas da boa etiqueta.

Ao mesmo tempo em que o marketing investia em cartazes, santinhos, comícios e passeatas, verdadeiros cursos para facilitadores do voto eram ministrados.

Jovens treinados para ensinar eleitores analfabetos,  funcionais ou não, como validar o sufrágio.

No dia do pleito, a organização – ou sua falta -determinava quem teria mais ou menos votos.

Todo detalhe era importante, a partir da logística dos transportes, dos sítios e distritos para a cidade.

Quem chegasse primeiro, aumentava as chances da conquista do voto.

A equipe de recepção, a postos no desembarque, próximo às secções eleitorais, tinha de ser ágil e vigilante.

O time adversário usava também suas estratégias para desviar os cidadãos e cidadãs para seus candidatos.

O número de indecisos podia ser aferido pela observação das pessoas que transitavam, sem dietas partidárias, nos vários pontos gastronômico-cívicos.

Aquela senhora havia chegado cedo, comido tudo que lhe ofereceram e já devia ter votado e voltado para sua comunidade.

A um sem número de cabos eleitorais, de todos os partidos, respondia se já tinha cumprido o seu dever patriótico, sempre negativamente.

Já próximo do encerramento da votação, foi que revelou  sua estratégia e explicação para tanta demora:

Eleitor é como uma laranja.                                  Depois de chupada, ninguém quer saber mais do bagaço.

 

Discurso de toco (1853) – George Caleb Bingham – Museu de Arte de Saint Louis, Missouri, Estados Unidos


Um
discurso de toco é um discurso padrão usado por um candidato que agenda muitas aparições e  prepara um pequeno discurso padronizado que é repetido para cada público, antes de abrir para perguntas.  (Wikipédia)

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