10 de maio de 2024
Política

INESQUECÍVEL REUNIÃO DO MINISTÉRIO

A mais importante das reuniões dos conjurados (1893) – Pedro Américo- Coleção Gianpaolo Figueiredo Montesi, Florença, Itália


A mais fatídica das reuniões ministeriais, jamais realizada neste país,  completou três anos.

É lembrada pelas mudanças que provocou no governo, e na vida dos seus principais participantes.

O jamais imaginado tom  do colóquio entre as mais  respeitáveis figuras da administração, na presença de distintas senhoras ministras e estrelados generais, foi ilustrada com nada menos que 41 palavrões.

Chulos, banais, escrotizantes.

O inesquecível encontro da alta burocracia marcou o  destino de ilustres personagens e do seu conducteur.

O eloquente silêncio garantiu ao vice-presidente um bom lugar na geladeira.

Escanteado, no freio de arrumação da jamanta eleitoral, acabou num assento na janela panorâmica do Senado.

Da excelência da Educassão, a frase mais bombástica, motivo principal de intervenção judicial,

Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando pelo STF”, foi a senha para as transformações mais surpreendentes.

A bravata serviu de carta de apresentação para uma sinecura no Banco Mundial, com salário, mensal, de 120 mil reais.

Achou pouco.

Queria ser poste em São Paulo, mas acabou confirmando que o pior inimigo é o ex-amigo.

O fatídico encontro foi  a despedida do paladino que saiu do ministério para interpretar o papel de ex-juiz parcial e senador, na chanchada Nossa República é Mesmo da Fuzarca.

Palco da sonolenta performance do estreante Ministro da Saúde na grande cena,  foi para o breve, sinal que havia sido escalado para a novela errada.

Não chegou ao fim do primeiro mês de exibição, passou pelas inevitáveis bancadas de debates nas TVs, antes de mergulhar. de novo, nas plácidas águas do anonimato.

Dos sobreviventes, é admirável a resistência do encarregado de fazer passar a boiada e contar toras de madeira de lei.

Suas verdes ideias não combinavam com o ambiente pandêmico, mas agora defendidas pelo mandato de deputado federal, voltarão sob  os ofuscantes  holofotes da CPI do MST.

O Presidente Lula em 140 dias de mandato não fez uma só reunião ministerial.

Talvez, por não ter encontrado sala que caiba tanta gente, ou por aguardar a aprovação de uma  lei que censure as mídias.

Vai ver,  aparece a porra de uma gravação daquelas…

Tiradentes esquartejado (1893) – Pedro Américo – Museu Mariano Procópio, Juiz de Fora, Minas Gerais

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