3 de maio de 2024
Política

INVENCÍVEIS LEMBRANÇAS

BFEDB998-3D74-4EE5-890F-A6C128554F12
Todo candidato é antes de tudo, um otimista. Como as noivas são por natureza.

Era assim que via sua tropa, o comandante Ullysses Guimarães.

Às vésperas dos promissores anos 70, um casamento foi desfeito na porta da igreja.

Por falta de dois punhados de votos.

O nubente, oficial da mais alta patente, já havia experimentado o sabor de outra decepção na frieza do cárcere da Redinha velha de guerra.

Estórias que os amigos não deixam de relembrar.


(Publicação original em 12/08/2019)


REVISITANDO O MARECHAL EM SEU LABIRINTO

Personagem tão exuberante não caberia nunca em dois minutos de prosa.

E em um só post.                                      

Disso, estava exausto de saber.

O risco não calculado, ensejou um retorno ao universo do Marechal Porpa.

Confesso que as omissões e erros não foram propositais.

Um amigo lembrou sua meteórica carreira política e pediu bis.

Então, vamos encantar o cliente.

Com toda a corda do seu líder e guru, Aluízio Alves e apoio do Dr. Hélio Galvão, lançou-se de alma aberta, na disputa pela prefeitura de Tibau do Sul.

No alforje do candidato, as táticas de marketing que havia ajudado a implantar com êxito em cidades do agreste e vale do Assu.

Foi precursor de outsider, no tempo em que a Pipa nem sonhava com a fama internacional.

Idos de 69. Enquanto Cohn-Bendit incendiava Paris, na guerra que se travava na Gamboa de Guaraíras, nosso intrépido combatente defendia, sob o mesmo manto protetor da revolução democrática, as cores verdes da Arena. Contra os vermelhos do mesmo partido.

E só por muito pouco, não chegou lá.

Na apuração dos votos, sua imensa torcida foi engrossada pelas organizadas de Nova Cruz e Passa e Fica que vieram amenizar as derrotas dos tios oligarcas, com o insosso sabor de uma vitória à beira-mar. Tida como sólida e certa.

A cada urna apurada, uma explosão de alegria, pulos, abraços e vivas.
E foguetões.

Com a vitória praticamente assegurada, era hora da charanga e da ala-moça entoarem todos os hinos e paródias que levaram àquele momento sublime.

E tempo de preparar a humilhante  (para os adversários) carreata.

Na última urna, de um distrito onde o grupo de apoiadores nunca deixara de ganhar, o Inacreditável Futebol Clube  mudou a história do jogo.

No último minuto da prorrogação, com um gol de mão, em impedimento, o desempate e a improvável, inexplicável, inaceitável e sobrenatural virada.

E agora, por  conta de um punhado de duas dúzias de votos, sou obrigado a fazer  a primeira correção.

Derrotado pelo voto livre dos tibauenses do sul, o  Marechal não pode ser considerado invicto.

Outro atento leitor contesta também a invencibilidade de quem passou incólume pelos anos de arbítrio, sem ter conhecido os porões da ditadura.

Por mais merecimento que julgava ter.

Depois de penosa travessia do Potengi em barco à vela, mais uma prosaica e mundana Festa dos Navegantes.

Um fuzuê e a pronta ação do anspeçada, comandante-em-chefe do destacamento da Redinha, tiraram o guerreiro (na fase pré-abstêmica) de combate.

O oficial de mais alta patente que já pôs os pés na sonífera ilha, dividiu por uma noite, o cárcere com outros fiés de Nossa Senhora de Iemanjá.

 Arruaceiros e  bebuns.

Resgatado, depois do raiar do sol, pelos companheiros de farra que sabiam com quem estavam falando, não teve o deslize anotado no seu estrelado prontuário militar.

Invicto, continua para os que privam da sua amizade e fiel solidariedade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *