4 de maio de 2024
Eleições

“Maçonaria X Religiões” em debate prioritário no 2º turno não pode ser coisa de … Deus

É inacreditável que um assunto aparentemente sem relevância e prioridade no leque de problemas do brasileiro assuma o protagonismo no primeiro dia de campanha do segundo turno acirrado entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

As expressões “Maçonaria“, “Decepção“, “Bolsonaro satanista” e “Traidor” estavam ontem  entre os assuntos mais comentados nas redes sociais, após um vídeo antigo do presidente Jair Bolsonaro (PL) discursando em uma loja maçônica voltar a circular.

E, claro, não voltou a circular por geração espontânea.

Adversários do presidente  usaram a mesma prática na guerra das redes sociais usada com êxito pelo Bolsonarismo desde 2018.

A prática tem método e um tal de algoritmo no meio do caminho.

O QUE TEM NO VIDEO

Falando ao microfone em espécie de altar adornado com símbolos tradicionais da maçonaria (como o esquadro e o compasso e outros símbolos triangulares), Bolsonaro fala a respeito de corrupção, questões ideológicas e narra ter “saído da zona de conforto” do mandato parlamentar para andar pelo Brasil e investigar “quais são os grandes problemas que temos que enfrentar”.

Ou seja, faz campanha coo todos os políticos costuma fazer em qualquer local, que reúna um número considerável de pessoas com liderança e influência.

Os administradores da página afirmam que o canal não pertence à eles.

O retorno do vídeo, em momento de acirrado segundo turno entre Bolsonaro e Lula (PT) —marcado pelo discurso fortemente religioso do atual mandatário e pelo peso do eleitorado evangélico na decisão de quem governará o país em 2023 —fez com que opositores do presidente ganhassem munição.

A campanha é para que o material chegue a evangélicos, numa tentativa de que eles se sintam traídos por Bolsonaro.

DESCONEXÃO COM A REALIDADE 

O que acontece hoje com Bolsonaro vítima já ocorreu com o ex-presidente Lula, sendo envolvido em acusações de praticar de rituais satânicos.

É a nivelação por baixo do debate em que o brasileiro declara, inclusive em pesquisas qualitativas que está mais preocupado com a economia, desemprego, futuro, educação para os filhos e segurança.

Num estado laico, o que gera repercussão e engajamento parece até que o brasileiro vive num mundo paralelo, fora da realidade. Parece?

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