Maria fora do BBB: Espectador queria confusão, mas cancelou agressão

Da Veja 

A cena foi ao ar no final da noite da segunda-feira (14) e provocou uma inflamada – e imediata – reação nas redes.

Não só lá. No próprio Big Brother Brasil, o apresentador Tadeu Schmidt pareceu incomodado e constrangido com a cena que ele (e o Brasil todo) acabara de ver.

Uma das participantes, Maria, usou um balde para agredir a rival Natália, ao usar uma força acima do normal para jogar água sobre a sua cabeça, uma metáfora de uma grande cusparada na “inimiga”.

Apesar do clamor nacional, das imagens que não deixavam dúvida alguma, de o assunto “Maria” e “agressão” virarem trends topics no Twitter, a Globo demorou mais de 12 horas para decidir pela expulsão da atriz.

Por quê?

Porque, a princípio, a cúpula do programa avaliou que não seria bom perder a participante, e que a agressão, vá lá, pode ter sido involuntária. Ela pediu desculpas. As desculpas foram timidament aceitas.

Mas como num efeito cascata, a pressão dos espectadores nas redes repercutiu, claro, nos patrocinadores.

TL OPINA 

O assunto tomou conta dos sites – especializados ou não – nesta terça de paredão real.

Na inquisição das redes, a grande maioria achou certíssima a expulsão. Sempre seguido de debates acalorados sobre racismo, desigualdade social. preconceito, exclusão.

Temas densos para uma cena  primata num formato de programa que apela para quase tudo quando os números da audiência começam a frustrar e a ameaçar o Comercial.

Difícil repetir o sucesso da versão passada, que o Brasil também estava confinado com a pandemia e o elenco contou com o carisma e talento de Juliette e Gil do Vigor . A permanência deles no topo fala por si. Um Case difícil de repetir.

A solução foi aumentar a temperatura de uma turma zen com jogos da discórdia turbinados, casa de vidro e baldes de água na cabeça.

Para quem não assiste, a “baldada” estava prevista nas regras do jogo de ontem. Só com a água, diga-se. Quem acusava e convencia os “brothers” tinha direito de despejar uma “água suja” na cabeça do condenado, que não tinha direito a qualquer palavra de defesa.

Como se isso fosse menos humilhante da escorregada do recipiente pela participante Maria.

A agressão parecia anunciada. E teve a conivência dos idealizadores, participantes e espectadores.

Esperar algo diferente era como se pudéssemos colher banana de uma mangueira. Ou vice-versa.

Em tempo, Maria e Natalia, agressora e agredidas, são mulheres de idades parecidas, negras e trabalhadoras, que tentam  dar uma vida melhor a suas famílias.

Uma carioca e atriz, do time vip do BBB, a outra começou a trabalhar com 8 anos, vendendo bombom, desenvolveu vitiligo, é modelo e sonha em ser atriz de sucesso.

A agressora expulsa vai tentar evitar ser agredida fora da Casa. A agredida permanecer e ganhar o prêmio tão sonhado por ambas. Pelo Brasil.