Médicos em fuga
Enquanto segue como o curso mais disputado nas universidades brasileiras, mantendo a posição mesmo depois da abertura de novas faculdades particulares, os sinais que vêm de fora não são animadores.
Na Suíça são os estudantes que descobrem no final do curso, que a profissão exige muito mais trabalho que as outras.
Se a ideia do Ministro Luiz Marinho – da semana de trabalho de quatro dias – prosperar, o mesmo fenômeno ocorrerá também no Brasil?
Um em cada três estudantes de Medicina abandona a profissão
De acordo com um estudo da Associação Suíça de Estudantes de Medicina, 34% dos estudantes querem mudar de carreira após o estágio de fim de curso em um hospital suíço.
Tornar-se médico é uma das profissões de maior prestígio na Suíça, mas a realidade parece ser bem diferente: um terço dos estudantes de medicina diz que está pronto para desistir após o primeiro estágio em um hospital devido às longas horas de trabalho e à pesada carga de trabalho administrativo.
De acordo com um estudo da Associação Suíça de Estudantes de Medicina, 34% dos estudantes querem mudar de carreira após o estágio de fim de curso em um hospital suíço. Esse estágio geralmente ocorre no sexto ano de estudos e consiste em 6 a 12 meses em um hospital ajudando médicos assistentes.
Marc Reynaud de la Jara, um estudante do quarto ano da Universidade de Lausanne e um dos autores do estudo, disse que quando os estudantes se deparam com a realidade de sua profissão “eles não estão prontos para fazer todos esses sacrifícios”.
De acordo com a legislação suíça, eles não deveriam trabalhar mais de 50 horas por semana, mas em muitos casos, eles trabalham em média 56 horas por semana, disse ele à rádio pública suíça RTS.
“No hospital, os médicos hoje passam pouco tempo com os pacientes. A maior parte é ocupada por trabalho administrativo”, disse.
A digitalização dos processos também apresenta problemas significativos, porque os sistemas não são compatíveis entre os hospitais, o que desperdiça muito tempo, observa o estudo.
Muitos estudantes de medicina gostariam de trabalhar em tempo parcial quando se qualificarem – 80%, se possível. Mas isso ainda representa cerca de 42 horas por semana.
“A situação está piorando e cada vez mais médicos assistentes dizem que observam erros médicos, especialmente por causa da fadiga”, observou.
Os alunos percebem rapidamente que não poderão exercer na área que gostariam e que seus sacrifícios não lhes permitirão atingir suas metas.
“Eles estarão cansados, sobrecarregados e, em última análise, não serão os bons médicos que gostariam de ser para seus pacientes”, disse o autor do estudo.
Fonte: Infoswiss.ch
(Este texto foi traduzido com a ajuda da Inteligência Artificial)