3 de maio de 2024
Coronavírus

MITIGANDO A INAÇÃO

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As palavras entram em nosso vocabulário e dele não saem mais.

Podem até ficar esquecidas, por desuso ou obsolescência, mas um dia, acordam  para  lembrar que estão vivas, à disposição.

A pandemia tem apressado a vida útil de termos técnicos que são logo transferidos para o arquivo morto da prosódia.

Durante a curta intervenção do Imperial College na administração estadual, há um ano, os novos cientistas, especialistas em previsões catastróficas, trouxeram para o noticiário, além de números terríveis, palavras de vida midiática efêmera.

A timidez das medidas iniciais para evitar o termo maldito que passou  pela cabeça dos dirigentes, mas nunca pelas suas canetas, não será esquecida.

A amarga pílula do lockdown será sempre lembrada para ser prescrita, em todos os agravos da doença.

Em doses de um a cada onda de contaminação que jamais serão aplicadas.

Em seu lugar, uma clementíssima trindade epidemiológica foi apresentada em cenários e planos traçados sem largos horizontes.

Tudo seria passado,  como um pesadelo, em mais seis meses. No máximo.

E quem imaginasse um Natal diferente, seria presenteado com uma passagem, só de ida, para Marte.

Diante do monstro que havia chegado de surpresa, apesar da  anunciada tour mundial, entre correr e o bicho pegar, as opções precisavam de definição.

1. Inação.

Não fazer nada e esperar  toda  a população ser  atingida, gerando imunidade coletiva.

Até o Dr. Drauzio , o Dr Osmar e o resto do rebanho negam e pedem que esqueçam o que disseram.

2. Mitigação.

Diminuir a propagação e tratar de evitar os contágios, para livrar o sistema de saúde do colapso e prepará-lo para o Armagedom.

O que fizeram ou deixaram de fazer na onda passada, as sanitárias autoridades, eu sei. Todos sabem.

3. Supressão.

Deter todas cadeias de transmissão, tratando de reduzir os casos com a paralisação total e obrigatória.

Sem chances de aplicação em país rachadinho ao meio.

Na prática, o projetado passou muito longe da linha de montagem.

Nada aconteceu como previsto. Nem o desastre, embora menor que o desenhado, mais  demorado e não menos devastador.

Não havia mesmo alternativa além da coluna do meio.

Vacina em 8 meses era delírio de malucos que a ciência acadêmica ainda não ousava sonhar.

Ninguém ficaria sem nada fazer e poucos teriam a disciplina dos chineses, com população contada em bilhões e número de óbitos ultrapassado pelo pequeno rio grande sem norte.

Chegou a hora da volta de outros palavrões encontrados nos  escaninhos dos parlamentos, sempre bradados quando se deseja  chafurdar malfeitos, procurar culpados e bodes malcheirosos.

Comissão Parlamentar de Inquérito.

Na diocese papa-jerimum, de novo, a trinca do que pode acontecer.

E uma previsão pra lá de realista.

Os cardeais em assembleia nem suprimem nada, nem apuram o que foi mitigado.

Inação é pule de dez pra cercar a cabeça deste prêmio.

A eleição de 2022 já avisou.

Salve-se quem puder.

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