NÃO SE FAZEM MAIS JOVENS COMO OS DE ANTIGAMENTE
Bárbara Gancia se sentiu uma boyzinha na manifestação da leitura da carta aos brasileiros pela democracia – e a favor do candidato que defende seu controle – que tanto entusiasmou o seu coleguinha William Bonner.
Na sua conta do Twitter a ex-colunista da Folha, reclamou da pouca participação dos estudantes em particular, e a falta de entusiasmo no geral.
E acendeu sua lanterna vermelha para o risco do Bozo virar o jogo das favas contadas e não auditadas, das pesquisas eleitorais.
Em Natal, apesar do feriado escolar e da interdição do novo grande ponto, no meio do caminho de todos, na conta dos professores de matemática mais generosos, o número dos manifestantes não passou dos 300, contados os candidatos em início de campanha e a pelegada com suas surradas faixas com os velhos slogans e palavras de ordem.
Procura-se agora uma explicação para o fenômeno que pode ser explicado nas reminiscências de quem comemorava o dia do estudante com intensidade.
A tradição é antiga. A comemoração primeira data do centenário da criação dos primeiros cursos superiores: Direito de Olinda e do Largo de São Francisco.
Este ano, não se viu uma só mensagem de autoridade saudando aqueles que são as esperanças de porvir radiante para a pátria amada.
Os saudosistas podem debulhar um rosário do que já foi.
Feriado escolar.
Caiu no domingo? Sem problema. Melhor. Comemora-se na segunda.
Desfile nas ruas.
Faixas em cada esquina.
Gincanas.
Festas nos clubes.
Tanta coisa pra fazer que não cabia em um só dia. Levava uma semana inteira.
Nem a professora, a primeira governadora de origem popular aproveitou a efeméride para citar, em mensagem, uma daquelas revolucionárias frases de Paulo Freire.
Na época dos governadores de famílias aristocráticas , os aprendizes de súditos eram homenageados em páginas inteiras, quando não, duplas em todos os jornais. Menos nos de oposição, que acreditem, já existiram nesta freguesia de Nossa Senhora do Rosário.
Fora a trilha batida do caminho da árvore de Mirasol, nenhuma passeata.
Uma baguncinha sequer no largo do Atheneu
Se houve pendura da turma de futuros advogados, em restaurantes e bares, não se registrou BO.
Com tanta faculdade por aí, a tradição não ter sido mantida, não foi por falta de alunos.
Em número, só perde pra Drogasil.