“Não tem como ter cidadania plena sem inclusão”, diz RP com síndrome de Down
Foi no dia 25 de setembro de 1993 que Luísa Camargos nasceu, em Belo Horizonte. E foi nesse mesmo dia que seus pais descobriram que ela tinha síndrome de Down (T21). “Já nos primeiros dias de vida, comecei a fazer fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e a ser atendida por psicóloga”, conta ela, em entrevista ao Estadão por e-mail.
Em 2014, aos 20 anos, ela fez a prova do Enem e foi aprovada na Faculdade Pitágoras. Formada em 2019, ela se tornou a primeira relações-públicas com Down no Brasil.
“Sou muito comunicativa, queria um curso de humanas e me apaixonei por Relações Públicas”, diz ela, que hoje trabalha na Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC) e tem o projeto Inclusive Luísa, para inclusão de pessoas com deficiência. “Amo minha profissão.”
“Todo mundo cabe no mundo, e o mundo fica melhor quando todos cabem nele.”
É assim, antes de qualquer vinheta, que começa o podcast da iniciativa Inclusive Luísa, na voz da própria, Luísa Camargos. Criado em 2020, em Belo Horizonte, o projeto tem como objetivo promover ações em prol de uma sociedade mais inclusiva – e tem como apresentadora a relações-públicas com síndrome de Down.
A busca por mobilização social e o enfrentamento do capacitismo pela inclusão, aliás, são temas explorados por Luísa em suas produções.
Entre elas está Por um Mundo Aberto à Diversidade: Aprendendo com a História da Primeira Relações-Públicas com Síndrome de Down no Brasil, apresentada na 9.ª Conferência Latino-americana e Caribenha de Ciências Sociais (2022).
“Tive a honra de ter meu artigo aprovado e ser a primeira pessoa com síndrome de Down a ter um artigo científico internacional. Sou a primeira, mas não quero ser a única, quero que todos nós possamos ocupar nossos espaços.”
Fonte: Estadão