NATALENSE PROTESTA E DIZ NÃO A OMISSÃO

Roda Viva – Tribuna do Norte – 12/07/23

Uma semana depois de ter partido, deste canto de página, uma primeira cobrança – “Omissão atrasa obra da engorda de Ponta Negra” – alguns representantes da população de Natal (e uns dos seus líderes), saíram da passividade para protestar contra a demora dos órgãos de licenciamento ambiental em liberar uma obra considerada muito importante para esta cidade.

Certamente que, com esse registro, não queremos reivindicar nenhum mérito sobre o movimento do último domingo, quando segmentos da sociedade, mais algumas autoridades, firmaram o seu protesto contra o tratamento que vinha sendo dado a matéria pelas repartições ditas competentes

Este registro, cheio de esperança, tenta mostrar a força da população unida em defesa de um ponto de vista comum e encorajar quem ainda não se mobilizou a sair da inércia.

ECOLOGIA NÃO TEM DONO

Vale um outro registro: – Nos mais de 60 anos, que a defesa da ecologia chegou aos meios de comunicação do RN, não é conhecido um só caso de alguém ousar discordar das atitudes do setor, muito menos realizando uma manifestação como a de domingo.

Tanto que algumas mentes discordantes, já agora, externaram a suspeita de que dirigentes do aparelho oficial de controle da ecologia no RN, sempre contando com esse irrestrito apoio compulsório, sobretudo dos meios de comunicação, podem ter sido tentados a procurar sair do anonimato adotando uma medida em desacordo com o legal e o certo, além do pensamento da maioria, mesmo respeitando a lei.

A busca dos holofotes da média, não é novidade no nosso Estado por vários setores governamentais. No caso presente a busca dos holofotes não é nova, e o esforço para valorizar medidas de pura rotina burocrática salta à vista para dar luz a algum burocrata.

REGIME DE ENGORDA

A prática conhecida como “engorda da praia” é uma técnica utilizada para combater a erosão costeira e proteger áreas costeiras contra o avanço do mar. Consiste em adicionar sedimentos, como areia, na região da praia que está sofrendo erosão, a fim de restaurar ou ampliar sua faixa de areia.

Quem é adepto do alarmismo para ganhar notoriedade, é premiado com um problema para chegar às manchetes neste momento. Embora essa técnica de engorda venha sendo usada no Brasil há vários anos, não se conhece caso que tenha provocado nenhum desastre ecológico.

A engorda da praia pode ser feita de várias maneiras. Uma abordagem comum envolve a dragagem de areia do fundo do mar ou de uma área próxima e o transporte dessa areia para a praia que precisa ser engordada. A areia é então espalhada e moldada na forma desejada para criar uma nova faixa de praia ou reforçar a existente (mais 50 metros de praia na maré seca e 100 na cheia).

Essa técnica tem sido amplamente utilizada em diferentes partes do mundo para proteger comunidades costeiras, infraestruturas e ecossistemas costeiros. A presença de uma praia alargada ajuda a dissipar a energia das ondas e protege a linha costeira contra erosão causada por eventos extremos, como tempestades e ressacas.  De morticínio de animais silvestres, a única referência encontrada é do IDEMA local….

HORA DO PROTESTO

Na manhã chuvosa do último domingo, significativas representações de natalenses (moradores, turistas e empresários) ocuparam Ponta Negra para cobrar a sua modernização, muitos carregando faixas durante o ato público chamado de “SOS Ponta Negra”

O protesto – segundo um manifestante – serve para chamar atenção para importância de uma marca de Natal, o Morro do Careca. O prefeito Álvaro Dias também esteve presente no protesto e cobrou agilidade do Idema para liberação das licenças. “A obra é fundamental para sobrevivência do turismo de Natal. O Morro do Careca está sendo destruído pelo avanço do mar. Os estudiosos dizem que a solução para isso é a engorda da Praia de Ponta Negra. Precisamos da licença porque temos o projeto, temos o dinheiro, temos tudo pronto. Queremos começar a engorda da Praia de Ponta Negra e estamos aguardando que o Idema libere a licença”, destaca.

Depois de domingo ficou o sentimento de que se conseguiu o desarmamento dos espíritos. – Não é pouco.