28 de abril de 2024
Comportamento

NO TEMPO CERTO

Jovens alegres (1891) – Leon Jan Wyczolkowski – Museu Nacional de Varsovia, Polônia


O calendário hormonal, ainda inconcluso, continua à espera do seu
São Gregório.

Alguém que possa traçar outro meridiano de Greenwish e definir com precisão, quando termina a linha imaginária da adolescência.

Que o começo ninguém precisa se dar ao trabalho.

É ponto pacífico, no turbilhão ruidoso e exuberante que explode qualquer dúvida.

A criança madura, com sinais de prontidão para a função sexual.

É real. É bíblico. Está no primeiro livro.

Cresceis, sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.

Sem datas para o pontapé inicial.

Sem prazos para o centro ser batido.

Religiões mais fundamentalistas, admitem o casamento, pelo menos para as meninas, já a partir de tenra idade.

O ocidente e a tradição judaico-cristã não aceitam o que poderia ser explicado facilmente pela biologia.

A sociedade brasileira, por suas leis, criminaliza o relacionamento de adultos com menores de 14 anos. Mesmo com púberes precoces.

O que não se define é quando a fase adulta começa pra valer.

No fim da adolescência, por supuesto.

Os cara-pálidas, nem com ajuda da Psicologia, conseguem precisar quando acontece a alforria juvenil.

São encontrados jovens ainda não maduros, frutos de vez e dos paparicos até os 25. E mais.

Estão indo longe, os da geração nem-nem.

Depois viram cangurus, e quais carrapatos, não desgrudam dos cós maternos nem com mandinga bem feita.

Aos 18, podem tudo.

Dirigir, comprar bebidas. Fumar. Votar.

E para o voto, amadurecidos no carbureto, aos 16.

Há quatro anos, a preocupação dos pais, não pôde ser também a mesma do Ministério da Família.

Para enfrentar o crescente números de mães precoces, a entãos ministra

Damares Alves, foi lançada na fogueira midiática por ter citado o método contraceptivo mais eficaz, a abstinência sexual, não descartando todos os outros, mais falhos, que poderiam ser empregados.

Foi um Deus acuda a pastora.

Adolescência primeiro, gravidez depois – tudo tem o seu tempo”.

Alguém, além dos moderninhos raivosos e os sempre do contra, para justificar alteração na ordem da sequência natural e lógica?

 

Nu feminino (1908) – Leon Jan Wyczolkowski – Museu Nacional de Varsovia, Polônia

(Publicação original em 09/02/2020)

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