8 de maio de 2024
Nota

O apoio de peso que fez Jean Paul Prates se segurar no comando da Petrobras

Senadores Davi Alcolumbre e Rodrigo Pacheco no time  “fica JPP”

Depois de passar dias fustigando Jean Paul Prates tanto publicamente como nos bastidores do governo, o ministro Alexandre  Silveira recuou e passou a elogiar o CEO da estatal, diminuindo a pressão por sua saída.

Em uma entrevista coletiva na quarta-feira (9), ele disse ter o “mais profundo respeito e admiração” pelo presidente da Petrobras. “Tenho carinho e profundo respeito pelo ser humano que ele é.”

A razão da mudança tem nome e sobrenome: Rodrigo Pacheco. Também mineiro como Silveira, também do PSD como ele.

Patrocinador político da indicação de Silveira para o ministério de Lula, Pacheco falou diretamente com ele para puxar o freio e parar com as pressão sobre Prates, no início da semana. Também aproveitou uma reunião com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para dizer que ele, Pacheco, considerava o trabalho de Prates bom e que não via razões para a troca.

Àquela altura, vários senadores tinham pedido a Pacheco para pedir que poupassem o presidente da Petrobras. Um deles com peso especial – Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), talvez o mais próximo aliado de Pacheco na Casa e seu potencial substituto na presidência do Senado.

AJUDA DE HADDAD E FANTASMA DE MERCADANTE AJUDARAM A PRATES

Hoje, auxiliares de Lula afirmam que a permanência do CEO no comando da empresa é mais provável hoje do que na semana passada. E que também pesou bastante nessa equação o esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que teve duas reuniões com o presidente da República desde o início da crise para falar do abalo na petroleira e da discussão sobre o pagamento dos dividendos extraordinários, que ainda estão pendentes de uma resolução.

Haddad prefere Prates a Silveira e mais ainda a Aloizio Mercadante, cotado para comandar a Petrobras caso Lula realmente decida trocar seu presidente.

A pressão do mercado financeiro, que também não vê Mercadante com bons olhos – e vê a possibilidade de uma troca de comando representar um avanço do intervencionismo do governo sobre a companhia – , também teve um efeito significativo.

Fonte: Malu Gaspar para O Globo 

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