2 de maio de 2024
EleiçõesPolítica

O “day after” visto pela direita norte-americana

Stephen Bannon saindo de um tribunal de Manhattan no mês passado depois de se render ao escritório do promotor público de Manhattan.Crédito… Sarah Blesener para The New York Times

Vozes de direita nos Estados Unidos afirmam que a vitória de Lula no Brasil foi fraudulenta.

Ken Bensinger para a edição online do The New York Times

Entre os gritos de protesto mais altos após a eleição de domingo no Brasil estavam vozes de direita nos Estados Unidos que também continuam alegando que o presidente Biden roubou a eleição de 2020 nos EUA.

O presidente Jair Bolsonaro “não pode ceder”, disse Stephen K. Bannon na noite de domingo em entrevista ao site de direita Rumble.

O apresentador do podcast e ex-assessor de Donald J. Trump quando Trump estava na Casa Branca está entre um punhado de especialistas e políticos republicanos que acompanham de perto a corrida brasileira, traçando paralelos entre Bolsonaro e Trump.

“Temos que votar mais que as máquinas”, disse Bannon.  “Temos que estar na sala de contagem.”

Um foco central tem sido o uso de urnas eletrônicas no Brasil, que estão em vigor como parte de um sistema nacional desde 2000. Isso contrasta com os Estados Unidos, onde os equipamentos variam muito de estado para estado.

Apesar das diferenças, muitos céticos das eleições traçam fortes paralelos entre os dois países e pedem um retorno completo às cédulas de papel.

“Não existe uma verdadeira reforma eleitoral sem nos livrarmos desses dispositivos de escravização”, escreveu David K. Clements, ex-professor de direito e cético eleitoral, no domingo para seus mais de 100.000 seguidores no Telegram.  Clements foi demitido da faculdade de direito da New Mexico State University há um ano por sua recusa em seguir os protocolos Covid-19 da escola.

Ele é um dos vários influenciadores de direita que afirmaram ser “matematicamente impossível” que o candidato de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, pudesse ter vencido a eleição, apontando para análises de algoritmos que eles dizem ter conduzido.

Bolsonaro e seus aliados fazem reivindicações semelhantes há anos, mas especialistas em segurança eleitoral e autoridades eleitorais no Brasil dizem que elas são infundadas.

Como muitos após a eleição no Brasil, Ali Alexander, ativista e organizador do movimento Stop the Steal nos Estados Unidos, vinculou-o diretamente à política dos EUA, alegando que Biden colaborou com Lula para garantir sua vitória.

Embora o próprio Bolsonaro tenha permanecido calado até agora sobre os resultados, Alexander iniciou uma campanha pedindo uma auditoria completa da eleição brasileira julgada pelos militares, e não pelos tribunais.

“Eu denuncio a interferência estrangeira de Biden nas eleições brasileiras”, escreveu Alexander na segunda-feira em um post no Truth Social, a plataforma de mídia social fundada por Trump.

One thought on “O “day after” visto pela direita norte-americana

  • GERALDO Batista de Araújo

    Na minha opinião o melhor nesta hora é reconhecer a vitória de Lula. Mas se for descoberta alguma fraude que seja apurada. Não se deve chorar pelo leite derramado.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *