6 de maio de 2024
Opinião

Governo Bolsonaro e o seu líder da Oposição; o próprio Bolsonaro

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Roda Viva – Tribuna do Norte – 100321

Muito se tem falado sobre a falta de competência da Oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro.
Quem diz isso – com certeza – não viu a reportagem de Delis Ortiz, no Jornal Nacional da última sexta-feira, mostrando os equívocos do Presidente, desde a história da “gripezinha”, antes do Covid-19 se transformar numa pandemia, até o “chega de frescura e mimimi”, da semana passada.

Por ter concentrado num mesmo lugar e na mesma hora os inúmeros equívocos praticado pelo Governo do Brasil, ao ponto de ser apontado como uma ameaça mundial pela forma que está enfrentando a pandemia, pela Organização Mundial de Saúde, órgão da ONU.

Depois de dizer na semana passada que o “Brasil vive uma tragédia”, diretores da Organização Mundial de Saúde (OMS) cobraram na última sexta-feira medidas agressivas e disseram que o aumento dos casos de Covid-19 no país pode impactar toda a América Latina.

“A situação é muito séria, muito preocupante. As medidas de saúde pública que o Brasil deveria adotar deveriam ser agressivas – enquanto, ao mesmo tempo, distribui vacinas.”

SITUAÇÃO DIFICIL

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, resumiu a gravidade da situação dizendo que o Brasil precisa levar o aumento de casos “muito, muito a sério”.

“A situação no Brasil é muito, muito preocupante. Quando vimos muitas tendências de queda, em muitos países, nas últimas seis semanas, a situação no Brasil ou tinha aumentado ou atingido um platô – mas, é claro, com uma tendência maior de aumento. Eu acho que o Brasil tem que levar isso muito, muito a sério” – Disse Tedros

“Sem fazer coisas para impactar a transmissão ou suprimir o vírus, não acho que vamos conseguir ter, no Brasil, a tendência de queda”, alertou o diretor-geral.

São afirmativas de um organismo da ONU, colocada acima de quaisquer influências, oferecendo um retrato da situação brasileira, e transferindo toda a responsabilidade pela forma desastrada como o problema vem sendo enfrentado a forma de agir do seu Governo.

QUEM GOVERNA

– A mesma ideologia de grupos internacionais que patrocinam mundo afora a reemergência do neonazismo e de outros grupos de extrema direita – que propõem a ruptura da ordem democrática institucional e o desmanche do multilateralismo – fundamentam parte do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

A avaliação é de Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, demitido do cargo em 16 de abril de 2020 quando as mortes por COVID-19 se aproximavam de duas mil.

O motivo da demissão foi a discordância de Bolsonaro com as diretrizes ao enfrentamento indicadas pelos especialistas, — como o isolamento social; e também, porque Mandetta se recusou a adotar a cloroquina de maneira generalizada para o tratamento da COVID-19.

“Fui chamado para fazer um trabalho técnico, e montei uma equipe técnica. Em 2019, nem entrevistas dava. Em 2020, tive que me expor. O que percebo é que há um núcleo militar, de boa formação e boas intenções, mas que, quando se mostra o caminho da racionalidade e da boa governança, existe em paralelo ao mundo militar um entorno do presidente. E existe um mundo que desconhece — e até agride o núcleo militar. É onde estão os filhos e o que é comumente chamado de gabinete do ódio, mas frequenta (o Planalto) de dentro da sala (do presidente)”, considera.

QUADRO CAÓTICO DA SAÚDE

Até a última sexta-feira, O Brasil vacinou menos de 4% da população com a primeira dose. A primeira dose foi aplicada, até agora, em 7.941.173 pessoas.

Na quinta-feira (4), os vacinados eram 7.671.525. Ou seja, o total de vacinados com a primeira dose equivale a apenas 3,75% da população brasileira. Já a segunda dose foi aplicada em 2.611.071 pessoas, o que representa 1,23% da população.

25 estados e o Distrito Federal atualizaram os dados. Os cinco que mais aplicaram a primeira dose até agora foram: Amazonas, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Reportagens mostram a dificuldade para as pessoas conseguirem se vacinar no Brasil e a importância da vacina para gente superar a pandemia.

Então, cheque duas vezes se tem dose disponível na sua cidade e se seu grupo está sendo vacinado, para conseguir essas doses que podem salvar vidas.

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 1.760 mortes; 262.948 pessoas perderam a vida para a Covid no país. De quinta para esta sexta, foram registrados 75.337 novos casos. O total é de 10.871.843.

QUEM FAZ OPOSIÇÃO

Além da pandemia,os brasileiros vem enfrentando problemas econômicos que pareciam vencidos. Alguns em função de ação pessoal do presidente Jair Bolsonaro como uma ação desastrada dele na Petrobrás, levando intranquilidade a todo o mercado pela forma com que anunciou a mudança do presidente da empresa.

No caso do COVID-19, além da coleção de descabidas intervenções, existe a soma a própria voz presidencial, na contra-mão da ciência e dos caminhos que estão sendo seguidos em todo o mundo civilizado, tudo para exercer um descabido protagonismo numa área que ele desconhece.

Quando foi demitido, Henrique Mandeta era aprovado por mais de 70% da população, por ter definido uma equipe de técnicos e uma estratégia para o Brasil como um todo, a semana terminou com 1.760 vidas perdidas num só dia.

E uma certeza: o principal líder da Oposição ao Governo Bolsonaro é Jair Messias Bolsonaro.

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