27 de abril de 2024
Business

O potencial impacto da redução do consumo de sódio na saúde e na economia

C726D82F-EC06-4E29-BBFB-041DF6CC46B1

Fonte: Mônica Tarantino para o Medscape, em 15 de outubro de 2021

A redução de sódio nos alimentos, industrializados ou não, é uma preocupação global e tema de campanhas de conscientização em muitos países. No Brasil, apesar dos esforços e conquistas na diminuição do consumo diário de sódio, a população ainda ingere muito sal. De acordo com um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em 2019, o brasileiro ingere cerca de 9,34 gramas de sal por dia, sendo que o limite diário recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5 g (o que equivale a 2 g de sódio).

Um estudo recém-publicado no periódico BMC Medicine estimou o impacto em longo prazo da redução de sódio em alimentos industrializados na saúde dos brasileiros, concluindo que, até 2032, a medida seria capaz de prevenir cerca de 110.000 casos de doença cardiovascular em homens e 70.000 casos entre mulheres.

“O levantamento demonstrou que mais de 27.000 mortes por doenças coronarianas e acidentes vasculares cerebrais poderiam ser evitadas ou adiadas se os brasileiros consumissem, em média, menos de 2 gramas ao dia de sódio”, escreveram os autores.

O estudo também previu o efeito econômico da aplicação das metas de redução de sódio em produtos embalados entre 2013 e 2032.

“Essa política poderia produzir uma economia líquida de aproximadamente 220 milhões de dólares em custos médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento de casos de doença cardiovascular e acidente vascular cerebral (AVC), e uma economia em custos informais de cerca de 71 milhões de dólares (95% UI: 17 a 170 milhões de dólares).

Quase dois terços dos casos e mortes por doenças cardiovasculares evitáveis a partir da implementação desta política entre 2013 e 2032 se dariam em pessoas entre 50 e 69 anos de idade.

Uma revisão sistemática também evidenciou aspectos centrais para o planejamento de intervenções no Brasil.

Segundo os autores, enquanto em países como o Reino Unido cerca de 80% do sódio dietético é proveniente de alimentos processados e ultraprocessados, no Brasil, este tipo de alimento responde por aproximadamente 35% da ingestão de sódio, com mais de 55% do consumo associado ao sal de cozinha adicionado durante o preparo dos alimentos.

De acordo com os cientistas, “atingir as metas recomendadas pela OMS exigirá uma estratégia abrangente mais eficaz, incluindo reformulação, para promover uma redução mais significativa do sódio em todo o espectro de fontes de sódio na dieta da população brasileira”.

TL Comenta:

Como maior produtor de sal marinho do país, o estado do Rio Grande do Norte precisa atentar para estas metas e datas.

E procurar outros mercados para substituir o da indústria de alimentos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *