OLHA O EFEITO ORLOFF AÍ, GENTE
A temperatura das águas que circundam uma certa ilha dos mares caribenhos não muda há 72 anos, mas continua influenciando o clima político que corre pelos veios abertos da América do Sul.
De tempos em tempos, ondas de insensatez provocam uma mistura de amnésia coletiva e sentimentos pueris que começam em algum país satélite, espalhando a maré vermelha pelos vizinhos, até atingir os dois gigantes do cone sul.
A sequência é a mesma.
O aviso é trazido pelas frentes frias austrais e é bem conhecido pelos povos patrícios das fronteiras, que há muito tempo aprenderam a se proteger, e desenvolveram imunidade contra a doença ainda não erradicada.
A demagogia de esquerda resiste em regiões mais áridas, onde encontra ambiente ideal para cultivar a miséria que alimenta governos que seguem a mesma cartilha ensinada tanto nas universidades quanto nas escolas dos grotões mais isolados.
Dê o peixe, nunca a rede de pescar.
Fomente a revolta contra os que já avistaram a luz.
Convença o dominado que o culpado pelos bens invejados é o usurpador.
Divida as famílias, corrompa a juventude.
Faça uma viagem alucinógena no trem com destino ao abismo do caos econômico.
Bons economistas sabem que para explicar teorias ou fazer previsões entendidas, melhor é esquecer o economês e falar no popular.
Se a Economia vai melhor, não seria lógico que fossem os vizinhos que estivessem achando mais verdes os nossos gramados?
No calor da disputa política, há quem prefira cegar para não enxergar o que o mundo todo já viu.
O dragão da inflação está sob um controle que as mais poderosas nações do mundo pelejam alcançar.
O colchão que protege os vulneráveis, funciona.
Não mais precisamos de santos guerreiros, salvadores da pátria, muito menos de encantadores de serpentes.
Antes que a tempestade destruidora chegue, ainda há tempo de consultar os mapas meteorológicos.
Como as frentes frias que castigam o sul, as tempestades políticas também veem da Patagônia.
Primeiro, afligem os hermanos mais rivais e avisam que se tocarem nosso solo, causarão danos ainda maiores.
Que não seja por falta de aviso.
Podemos ser eles, amanhã.
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Efeito Orloff:
A comparação entre os dois maiores países da América do Sul se inspira numa propaganda de vodca dos anos 1980.
Nela, o protagonista acorda de ressaca porque tomou vodca ruim. “Eu sou você, amanhã”, dizia.
A mensagem é que a ressaca atingia a economia brasileira depois da argentina.
“O Brasil é a Argentina amanhã”.
Se o PT ganhar “O Brasil *será* a Argentina amanhã”.