27 de abril de 2024
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ONDE ESTÁ LESLIE?

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Há um ano, quando a pandemia fazia por aqui as primeiras vítimas, uma correspondência abalou a caixa de e-mail, sempre abarrotada de apelos promocionais, correntes eletrônicas e spam.

Em meio à expectativa  da chegada do coronavírus, um pedido de socorro inusitado,  vindo de muito longe.

Qual uma garrafa jogada ao mar com uma mensagem de náufrago, no passeio diário pela praia cibernética, uma aflita solicitação de alguém que estava sendo ameaçado mas tinha esperança de  receber ajuda.

E uma pronta resposta.

Não disse como encontrou tão longe do Mar da China Meridional, alguém que pudesse resolver seus problemas.

Muito prá lá de Singapura

Escreveu de Labuan Bajo, uma pequena vila de pescadores localizada na Ilha de Flores, na parte leste da Indonésia.                                                Destino de quem quer visitar o parque nacional com atrações únicas, os atemorizantes dragões de Komodo.

A princípio, podia até parecer que a ameaça seria o acometimento da tripulação e passageiros de um navio de cruzeiro,  pela primeira doença global que viralizou. Em todos os sentidos.

Depois de  avarias no sistema de navegação, conseguiram chegar  em terra firme.

Aportaram numa  ilha em área dominada por piratas.

Daí a pressa no contato.

O capitão da embarcação já anunciara que todos os turistas teriam de desembarcar com os pertences e tomar  outros meios de transporte já que o hotel flutuante  atracaria por algumas semanas antes de seguir viagem em segurança.

O problema do agoniado tripulante, em caso de um ataque, eram os documentos e o dinheiro que mantinha no cofre.

Uma grana preta de 23,4 milhões de dólares (americanos, frisou bem). Dinheiro de boa procedência. Recebido de herança e o que amealhou ao longo de toda uma vida solitária e de muito trabalho.

Como diretor de operações da embarcação, era impossível sair junto com os passageiros. Teria do que cuidar até que todos  fossem retirados e os consertos realizados.

No atracadouro, havia algumas companhias de segurança mas nelas, não confiava.

O país levava fama de conviver com altos índices de corrupção.

Aí entrou a conexão brasileira.

Uma questão de credibilidade internacional.

Resolveu enviar o dinheiro para ser mantido em guarda ou contas bancárias confiáveis até que pudesse seguir para os Estados Unidos.

Reconhecia que nunca havia encontrado o destinatário mas confiava nele. Não disse por quê.

Só que a vida seguiria mais tranquila para ambos e que ficasse claro que nunca iria desapontar quem lhe prestasse providencial serviço.

Aprendi deixar a vida me levar e que tudo que acontece tem uma razão.

Não via a hora de tudo se resolver.

Só precisava de alguns dados pessoais para a remessa dos valores através da Diplomatic Secured Security Organization.

Estou sentado à beira-mar esperando sua rápida resposta.

À época, o melhor para o novo amigo, Mr. Leslie Simpson, era guardar  quarentena na parasadíaca ilha, longe da Covid-19 que já aportara por aqui bem antes da angustiada dinheirama.

Agora, como um barco perdido que encontra onde aportar, voltam as lembranças do pedido de socorro não atendido.

O que terá acontecido ao pobre marinheiro rico?

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