3 de maio de 2024
Imprensa Nacional

Para refletir: O que você sente ao saber que uma mulher grávida apanhou e foi torturada com uma cobra?

miriam_leitao

Por Josias de Souza 

Jean-Paul Sartre ensinou que família é como varíola:

“A gente tem quando criança e fica marcado para o resto da vida.”

Na organização familiar dos Bolsonaro, quem sai ao patriarca não endireita.

O deputado Eduardo Bolsonaro, terceiro filho da linhagem presidencial, abespinhou-se porque Míriam Leitão anotou na sua coluna de domingo que “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia.”

Em reação, o Zero Três correu às redes sociais para debochar da tortura sofrida pela jornalista durante a ditadura militar.

Presa num quartel do Exército no Espírito Santo em 1972, Míriam foi leva para um pátio.

Nua, levou chutes e tapas de soldados. Depois, trancaram-na numa sala escura com uma jiboia. Estava grávida.

Eduardo Bolsonaro escreveu que ainda sente pena da cobra.

Ele imita o presidente, que também já ironizou o suplício imposto à jornalista.

Pai e filho carregam na personalidade uma mistura tóxica de ignorância pessoal com autoritarismo político.

A ignorância impede que percebam que alguém que sofreu a truculência da tortura e exerce o jornalismo com a dignidade e a coragem que caracterizam o trabalho de Míriam Leitão não se intimidará com ameaças ou gracejos ordinários.

O autoritarismo não permite que notem o quão abjeto é o comportamento de gente que elogia torturadores e defende a volta do AI-5 escondidos atrás de mandatos obtidos numa democracia que foi conquistada à custa do sofrimento alheio.

O distúrbio dos Bolsonaro não é político. O caso é de psicopatia.

DO TL 

E você,caro leitor, o que sente ao saber que uma mulher grávida foi espancada e torturada com uma cobra?

Não é ideologia política, mas sanidade mental.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *