12 de maio de 2024
Opinião

Partidos priorizam nominata e não cuidam do Governador

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Roda Viva – Tribuna do Norte – 06/05/22

Na última semana depois do presidente Jair Bolsonaro passar pelo Estado para dar uma força a candidatura do seu então ministro, Rogério Marinho, dirigentes de meia dúzia da partidos políticos, sem nenhum esforço chegaram, finalmente, ao que vinha parecendo uma missão impossível:

-Definir um candidato ao Governo do Estado para enfrentar nas urnas a governadora Fátima Bezerra candidata à reeleição.

Da reunião, faziam parte, entre outros, Paulinho Freire e o deputado Benes Leocádio, que, ao contrário dos outros circunstantes, em vez de entusiasmo mostraram que um assunto daquela importância não podia ser tratado por impulso.

Em vez de aproveitarem o embalo, os dois, que serão candidatos a Deputado Federal, pelo Partido União Brasil, que tem o ex-governador José Agripino como um dos seus dirigentes nacionais, fizeram um apelo à reflexão e ao bom senso:

– O senador José Agripino é um político que deve merecer o nosso respeito.

Como é que convivendo por mais de um ano com ele, sem nunca falarem em eleição de Governador do Estado, vocês apresentam uma candidatura dele pronta e acabada ao Governo, sem ao menos saber o que ele pensa da hipótese..

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SALVAÇÃO DA LAVOURA

Ao contrário do comportamento político dos últimos 70 anos o elemento catalizador de uma campanha política no Rio Grande do Norte sempre era do candidato a Governador.

Na verdade a “reforma eleitoral” que foi sendo implantada ao longo dos últimos oito anos, procurando fortalecer os partidos, terminou mexendo na presença e forma de atuar dos partidos na política estadual.

E, pela primeira vez na história política, o Rio Grande do Norte, contava com dois ministros de estado, que por isso mesmo apareciam como candidatos ao Governo.

Rogério Marinho e Fábio Faria eram citados  na mídia nacional como candidatos ao Governe ou ao Senado. Sem contestação.

Os dois estariam unidos para derrotar a governadora Fátima Bezerra.

Mesmo sem Fátima ter despontado com uma posição eleitoral os ministros estavam unidos com um deles disputando o Governo e outro o Senado.

Ambos querendo o lugar de Senador, até que Fábio Faria revelou o seu projeto. O Governo não estava nos seus planos. Como não estava nos planos de Rogério Marinho.

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COMO FAZER UM GOVERNADOR

Na oposição a Fátima, Rogério Marinho imaginou resolver o nome para o Governo como Presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, tido como um político agregador, desenvolvendo uma ação voltada para os municípios.

E ganharam as estradas. A receptividade da chapa chegava a surpreender; tudo caminhava bem, mas Ezequiel ponderava que a antecipação da campanha não era bom pra ninguém.

Até chegar a hora da onça beber água.

Com a presença do Presidente da República no RN. E um problema até então pouco valorizado (Ezequiel é filiado ao PSDB e tem compromisso com João Dória para Presidente), apareceu na sua exata dimensão.

Ai desandou tudo, Ezequiel não aceitava antecipar sua candidatura ao Governo e Rogério Marinho foi vendo perder a grande oportunidade para o lançamento da chapa com o impacto necessário.

Foi quando se tentou (com todos os exageros) sair a procura de um candidato a Governador para enfrentar Fátima, e que a história de José Agripino fica, como um exemplo que não deu certo, por não ter interessado ninguém. Nem ao próprio.

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CONTRA O RELÓGIO

O prazo para apresentação de candidatos na eleição deste ano, ainda tem 85 dias. Os candidatos precisam ser eleitores, filiados a um partido político. Apenas não podem mais mudar de partido.

Primeiro de Julho é a nova data para alguém se candidatar.

Até lá se vai saber se, no Rio Grande do Norte, a eleição de Governador vai ser decidida por WO, uma vez que o adversário da Governadora Fátima não se apresentou ainda.

E nessa avaliação não estão entrando os candidatos alternativos, alguns deles em campanha, mas sem o peso de um candidato de oposição. Que é o que está sendo colocado nesse artigo.

Dai a necessidade de chamar a atenção para a nominata do PSDB, o Partido de Ezequiel, valorizando pouco a chapa de Deputado Federal e privilegiando a de estaduais, que conta com 12 detentores da mandato.

Se todos se elegerem ai estará metade dos futuros Deputados Estaduais.

Uma estratégia que não foi convenientemente explicada, mas que pode, desde já, deixar o futuro Governador refém deste partido.

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CHAPA SEM CABEÇA

Com os principais esforços dos partidos, voltados para garantir o quociente eleitoral (e se fortalecer no Legislativo), a eleição de Governador terminou caindo para um segundo plano, na grande maioria dos partidos (exceção para os candidatos que, sem partidos, saíram procurando uma legenda).

Menos a reeleição de Fátima Bezerra que começou sua campanha com a máxima discrição possível. Ela programou visitas ao Interior, inspecionando programas do governo e visitando obras, normalmente sem levar outros candidatos.

Como em política não existe o vazio, Fátima foi se apresentado como candidata a Governadora.

Comparando com as primeiras pesquisa realizadas, Fátima Bezerra foi se firmando. Não era combatida. Seus adversários não mostravam a cara e suas candidatura foi se firmando.

Na primeira pesquisa Tribuna do Norte-IPESPE Fatima somava 34% de intenção de votos. O Senador Styverson Valentim apareceu com 13% e Ezequiel Ferreira, sem ter sido lançado, apareceu com 8%.

O jogo começou a ser jogado, embora não se possa afirmar que esteja decidido.

Ainda tem muita campanha pela frente. E possibilidade de Planos B, C…Z, até 1º de Julho, para oposição estadual se encontrar.

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